Para o par GBP/USD, a estrutura de ondas ainda aponta para o desenvolvimento de uma sequência impulsiva de alta. O padrão se assemelha bastante ao do EUR/USD, já que o único "motor do movimento" continua sendo o dólar. A demanda pela moeda americana segue em queda no médio prazo, o que explica por que diversos pares exibem dinâmicas quase idênticas. Neste momento, a onda 4 parece concluída. Caso isso se confirme, o par deve continuar sua valorização dentro da onda impulsiva 5. Embora a onda 4 pudesse ter assumido a forma de uma estrutura de cinco ondas, esse não parece ser o cenário mais provável.
Vale destacar que muito do que acontece hoje no mercado cambial depende das políticas de Donald Trump, não apenas na esfera comercial. Apesar de, ocasionalmente, surgirem boas notícias dos EUA, o mercado continua preso à incerteza econômica, às decisões e declarações contraditórias de Trump e à postura protecionista da Casa Branca. Esse ambiente de tensão global reforça a pressão sobre o dólar, que acaba absorvendo a maior parte do impacto.
Na quarta-feira, a cotação do GBP/USD voltou a apresentar movimentos fracos, praticamente sem variação. Isso reflete um calendário de notícias esvaziado nesta semana. O primeiro relatório relevante, divulgado hoje, não surpreendeu os investidores. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) do Reino Unido segue em alta, movimento difícil de explicar em um comparativo global: na zona do euro, mesmo com juros muito baixos, a inflação não acelera; já nos EUA, cresce apesar de taxas muito mais elevadas. Isso reforça a leitura de que cada economia reage de forma distinta ao atual ambiente de guerra comercial.
Em tese, o relatório de inflação poderia ter impulsionado a libra. Afinal, quando a inflação cresce acima do esperado, reduzem-se as apostas de afrouxamento monetário pelo Banco da Inglaterra. Nos EUA, ocorre o oposto: as expectativas de cortes de juros vêm aumentando ao longo do último ano e meio, limitando o potencial de valorização do dólar.
A contagem de ondas também merece destaque. O par formou uma estrutura corretiva clássica de três ondas na fase 4, seguida por um avanço que pode representar a onda 1 de 5. Se essa hipótese estiver correta, a onda 2 de 5 está em andamento agora. Isso sugere que esta ou a próxima semana pode marcar o início de um novo movimento de alta, potencialmente mais longo, já que a onda 3 costuma ser a mais forte em padrões impulsivos.
Na minha avaliação, o discurso de Jerome Powell tende a oferecer suporte aos vendedores. Não vejo motivos consistentes para que ele sinalize um corte de juros já em setembro. A expectativa é que Powell mantenha um tom cauteloso, sem indicar claramente uma retomada do ciclo de afrouxamento monetário.
Conclusões gerais
O quadro de ondas do GBP/USD permanece inalterado. Estamos em uma fase de impulso ascendente da tendência. Sob a presidência de Donald Trump, os mercados ainda podem enfrentar choques e reversões capazes de impactar significativamente o quadro de ondas, mas, por ora, o cenário de referência continua válido. Os alvos para a seção de alta da tendência estão agora próximos de 1,4017. Nesta fase, presumo que a onda corretiva 4 já tenha sido concluída. Portanto, recomendo compras com alvo em 1,4017.
Princípios fundamentais da minha análise
- As estruturas das ondas devem ser simples e claras. Estruturas complexas são difíceis de negociar e muitas vezes levam a revisões.
- Se não houver confiança na situação do mercado, é melhor ficar fora.
- É impossível ter certeza absoluta sobre a direção do mercado. Lembre-se sempre de usar ordens de Stop Loss de proteção.
- A análise de ondas pode ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.