A libra esterlina reagiu com um aumento modesto à notícia de que o déficit orçamentário do Reino Unido caiu em julho mais do que o esperado, impulsionada pelos pagamentos de imposto de renda autodeclarado, que reforçaram os cofres do Tesouro e trouxeram um alívio temporário para a chanceler do Tesouro, Rachel Reeves.
Segundo o Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS), os gastos superaram a receita em apenas 1,1 bilhão de libras, ante 3,4 bilhões de libras no mesmo período do ano anterior. Este foi o primeiro declínio anual no endividamento desde novembro e o menor valor de empréstimos em julho nos últimos três anos. O Escritório de Responsabilidade Orçamentária (OBR) havia projetado um déficit de 2,1 bilhões de libras.
A redução do déficit reflete uma melhora nas finanças do Estado, impulsionada pelo aumento da arrecadação de impostos e pela contenção dos gastos públicos. No entanto, é importante analisar o contexto em que essas mudanças ocorrem. Por exemplo, o crescimento da receita tributária pode estar ligado à inflação, enquanto os cortes de gastos podem resultar de medidas de austeridade, que podem afetar programas sociais e o crescimento econômico. Ainda assim, o menor nível de endividamento em julho é um sinal positivo, capaz de sustentar a confiança dos investidores na economia britânica e oferecer ao governo maior flexibilidade na condução de sua política econômica.
É importante lembrar, entretanto, que os dados de julho representam apenas um mês, sendo necessárias informações adicionais para avaliar se a tendência é sustentável. O alívio orçamentário chega em boa hora para Rachel Reeves, que enfrenta decisões desafiadoras relacionadas ao orçamento de outono. Os meses anteriores haviam sido decepcionantes, mas a melhora em julho contribuiu para uma recuperação parcial do quadro.
Nos primeiros quatro meses do ano, o déficit se mantém praticamente em linha com a meta: 60 bilhões de libras, ante a previsão de 59,9 bilhões feita em março pelo OBR. Após a divulgação dos dados, os mercados permaneceram em grande parte inalterados.
Economistas lembram que julho costuma ser um dos meses mais fortes para as finanças públicas do Reino Unido, já que indivíduos e empresas realizam o segundo pagamento autodeclarado do imposto de renda referente ao exercício fiscal recém-encerrado.
Quadro técnico – GBP/USD: Os compradores precisam romper a resistência em 1,3480. Apenas então será possível uma alta em direção a 1,3530, embora ultrapassar esse nível seja bastante difícil. O alvo final de alta está próximo de 1,3560. Em caso de queda, os vendedores tentarão retomar o controle em 1,3440. Se conseguirem, uma ruptura da faixa representará um golpe forte às posições dos compradores e poderá levar o GBP/USD para 1,3410, com possibilidade de atingir 1,3375.
Quadro técnico – EUR/USD: Os compradores precisam superar 1,1660. Só assim será possível um teste em 1,1700. A partir daí, o par pode subir em direção a 1,1730, mas avançar sem apoio dos grandes players será difícil. O alvo final está na máxima de 1,1768. Em caso de queda, espera-se atividade significativa de compradores próximos de 1,1625. Se não houver suporte nesse nível, pode ser melhor aguardar um reteste da mínima de 1,1600 ou considerar posições ce compras a partir de 1,1565.