Vale destacar que, embora a inflação nos EUA tenha desacelerado, ela continua elevada, mesmo após os esforços do Fed para apertar a política monetária. Os dados mais recentes, que vieram acima do esperado, intensificaram os receios de que as taxas de juros possam permanecer altas por mais tempo do que se previa. No entanto, declarações recentes de autoridades do Fed, incluindo o presidente Jerome Powell, reduziram essa probabilidade. Esse cenário, por sua vez, sustenta os preços do ouro, já que investidores buscam proteção contra a desvalorização do dólar.
Além disso, a pressão política sobre os membros do Fed ganhou força nesta semana. A governadora Lisa Cook prometeu contestar a decisão do presidente Donald Trump de demiti-la sob alegações de falsificação de documentos hipotecários. Segundo seu advogado, a medida carece de fundamento legal ou factual. Caso Trump consiga efetivar a remoção, garantirá maioria de quatro assentos no conselho de sete membros do Fed. O presidente tem defendido cortes agressivos nos juros, e o mercado teme que a perda de independência do banco central comprometa a confiança dos investidores e alimente ainda mais a inflação.
No momento, o ouro está a um passo de retomar o nível de US$ 3.400, após ter alcançado um recorde acima de US$ 3.500 por onça em abril. O mercado agora busca novos catalisadores depois da forte valorização registrada em 2024 e prolongada no início de 2025. Tensões comerciais e geopolíticas, fluxos para fundos negociados em bolsa (ETFs) e a estratégia de bancos centrais de diversificar ativos além do dólar americano continuam sendo fatores de suporte aos preços do metal.
NVIDIA e a dinâmica do índice de ações global
Foi a tecnologia de IA que impulsionou a NVIDIA a se tornar uma estrela do mercado de ações. Receita e lucros vinham crescendo de forma exponencial. O problema é que isso não pode continuar para sempre. Para que o gigante da tecnologia sustente tal crescimento, ele precisaria começar a vender seus produtos em outros planetas.
Mais cedo ou mais tarde, tudo volta ao normal. O Bitcoin evolui de um ativo especulativo para um ativo tradicional e dificilmente apresentará crescimento anual superior a 100% no futuro. Os consumidores se acostumam com as tecnologias de inteligência artificial. A China fecha seus mercados por determinação do governo dos EUA. Tudo muda. E as taxas de crescimento da NVIDIA para os principais indicadores de desempenho também mudam.
NVIDIA's and S&P 500's EPS and Revenue Dynamics
A tecnologia de IA continuará sustentando o S&P 500, embora em menor intensidade. Esse fator já está amplamente precificado no índice, o que eleva o risco de uma correção. Ainda assim, o cenário geral permanece favorável para o mercado de ações dos EUA: a economia americana continua sólida, os lucros do segundo trimestre foram robustos, e o Federal Reserve deve retomar o afrouxamento da política monetária. A probabilidade de corte na taxa de fundos federais em setembro é estimada em 87%.
Nessas condições, após a estratégia de "compre no boato, venda no fato" se concretizar e o S&P 500 recuar, os investidores devem arregaçar as mangas e fazer o que sabem de melhor — comprar na baixa. Isso indica que qualquer correção provavelmente será limitada.
Tecnicamente, no gráfico diário do S&P 500, uma queda abaixo do valor justo em 6.450 aumentaria os riscos de retração. Nesse cenário, faz sentido realizar lucros das posições longas anteriores e alternar vendas de curto prazo com compras de longo prazo.
