No final da última sexta-feira, os índices bolsistas dos EUA fecharam em baixa. O S&P 500 caiu 0,64%, enquanto o Nasdaq 100 caiu 1,15%. O Dow Jones Industrial perdeu 0,20%.
Diante do feriado de ontem, muitos índices acionários negociaram em uma faixa estreita. Os índices asiáticos oscilaram entre pequenos ganhos e perdas, enquanto os futuros dos índices dos EUA e da Europa recuaram levemente. Essa falta de direção reflete o período de expectativa do mercado antes de importantes divulgações de dados e decisões de política monetária. Em meio a esse cenário, o ouro ultrapassou a marca de 3.500 dólares por onça, atingindo um recorde histórico, impulsionado pelas expectativas de um corte de juros pelo Federal Reserve ainda neste mês.
O fortalecimento do ouro está intimamente ligado ao desempenho do dólar e à curva de rendimentos dos Treasuries, que subiu com a retomada das negociações após o feriado. O índice do dólar norte-americano avançou pela primeira vez em seis dias, enquanto o rendimento dos títulos de 10 anos subiu dois pontos-base, para 4,25%. O movimento positivo nos preços do petróleo também reflete a expectativa de decisões estratégicas na próxima reunião da OPEP+, mostrando como fatores globais estão interligados e influenciam diferentes classes de ativos simultaneamente.
O rali acionário deste mês, no entanto, enfrenta um teste após a liquidação das ações de tecnologia em Wall Street na última sexta-feira. Dados sobre emprego, inflação e a decisão de juros do Fed, que serão divulgados nas próximas três semanas, prometem ditar a direção do mercado. Ao mesmo tempo, tensões comerciais e dúvidas sobre a independência do Fed adicionam riscos adicionais, reforçando a volatilidade típica deste período do ano.
Com a expectativa de um corte de juros nos EUA, os investidores buscam alternativas de refúgio e oportunidades de diversificação. Não é surpresa que o ouro tenha se destacado como um ativo seguro, beneficiando-se da combinação de juros mais baixos e incertezas econômicas. O metal precioso já acumula alta superior a 30% no ano, evidenciando a força da demanda em meio a um ambiente de instabilidade e à busca por proteção contra riscos globais.
No Japão, movimentos semelhantes podem ser observados nos mercados de renda fixa e câmbio. Os títulos de 10 anos avançaram após o leilão mais forte desde 2023, enquanto o iene caiu 0,5% frente ao dólar após o discurso do vice-governador do BOJ, Ryozo Himino. A ausência de pistas claras sobre a direção futura das taxas de juros mantém o iene sob pressão, reforçando a tendência global de realocação de capital em busca de retornos e segurança.
Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a Índia propôs reduzir suas tarifas após os EUA terem imposto taxas de 50%, como punição pelas compras de petróleo russo realizadas pelo país sul-asiático na semana passada. Paralelamente, o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente chinês, Xi Jinping, realizaram um breve encontro em Pequim, reforçando o contexto geopolítico que influencia os mercados.
No cenário técnico do S&P 500, a principal tarefa dos compradores hoje será romper a resistência imediata em 6.457 dólares. Essa movimentação abriria caminho para novas altas, com próximo alvo em 6.473 dólares. Um objetivo igualmente relevante para os touros será manter o controle acima de 6.490 dólares, consolidando a força compradora.
Em caso de fraqueza e menor apetite por risco, os compradores precisarão atuar próximo de 6.441 dólares. Uma quebra desse suporte poderia levar o índice rapidamente a 6.428 dólares, abrindo espaço para testar 6.414 dólares, pressionando a tendência de alta.