O padrão de ondas no gráfico de 4 horas do EUR/USD permanece inalterado há vários meses, o que é bastante encorajador. Mesmo quando ondas corretivas se formam, a estrutura geral se mantém intacta, permitindo previsões mais confiáveis. É importante lembrar, contudo, que os padrões de ondas nem sempre se encaixam perfeitamente nos exemplos clássicos. No momento, porém, a estrutura está bem definida.
O trecho de alta da tendência segue em desenvolvimento, enquanto o noticiário, em grande parte, não favorece o dólar. A guerra comercial iniciada por Donald Trump continua, assim como sua confrontação com o Fed. As expectativas dovish se intensificam. A chamada "Grande Lei" de Trump deve aumentar a dívida do governo dos EUA em US$ 3 trilhões, ao mesmo tempo em que o presidente mantém a elevação de tarifas e a imposição de novas. O mercado faz uma avaliação bastante crítica dos primeiros seis meses de mandato de Trump, mesmo com o crescimento do PIB no segundo trimestre tendo alcançado 3%.
Neste ponto, é possível supor que a onda 4 foi concluída. Se essa hipótese se confirmar, a construção da onda impulsiva 5 já teria começado, com alvos que podem se estender até a região de 1,25. É claro que a onda 4 ainda pode evoluir para um formato corretivo mais prolongado de cinco ondas, mas considero esse desfecho menos provável diante do cenário atual.
A cotação do EUR/USD mal se mexeu na quarta-feira. A semana começou sob o rótulo de "semana importante", e os participantes do mercado esperavam finalmente mais clareza. A grande questão agora é: quando o Fed retomará o ciclo de flexibilização monetária? Na minha visão, a resposta segue indefinida. De acordo com a ferramenta CME FedWatch, os mercados futuros já precificam uma probabilidade de 98% de corte de juros na reunião do Fed em setembro. Em outras palavras, o mercado está praticamente convencido de uma decisão dovish da autoridade monetária. Mas, então, por que o dólar não está caindo?
É essencial lembrar que o primeiro corte de juros após uma pausa de sete meses marcaria o início de um novo ciclo de afrouxamento. Poucos acreditam que o Fed cortaria apenas uma ou duas vezes e depois pararia. O debate, no entanto, não envolve apenas o próprio Fed, mas também a influência e pressão de Donald Trump sobre o banco central. Se há alguns meses muitos duvidavam de que o presidente dos EUA conseguiria o que queria, hoje suas chances de êxito são consideravelmente maiores.
Trump mudou de estratégia. Em vez de pressionar diretamente Jerome Powell, passou a direcionar esforços aos demais membros do FOMC, partindo do princípio — bastante lógico — de que as opiniões deles têm peso maior do que a de Powell. Afinal, apesar de ser presidente do Fed, Powell possui apenas um voto nas decisões sobre juros e ainda precisa "manter as aparências". Se mudasse seu discurso para um tom mais dovish, o mercado entenderia que Trump venceu. Assim, Powell mantém sua posição firme, enquanto outros dirigentes do Fed demonstram mais flexibilidade.
Nesse cenário, até o fim do ano, Trump pode conseguir atrair apoio suficiente dentro do FOMC para, na prática, influenciar a condução da política monetária. E isso, inevitavelmente, seria um grande risco para o dólar.
Conclusões gerais
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o par continua construindo uma seção ascendente da tendência. O padrão de ondas ainda depende inteiramente do contexto noticioso ligado às decisões de Trump e à política externa dos EUA. Os alvos da tendência podem se estender até o nível 1,25. Portanto, continuo considerando a compra com alvos próximos a 1,1875, correspondente ao nível de Fibonacci de 161,8%, e acima. Presumo que a onda 4 tenha sido concluída. Assim, ainda é um bom momento para posições de compra.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas das ondas devem ser simples e claras. Estruturas complexas são difíceis de negociar e mudam frequentemente.
- Se não houver confiança na situação do mercado, é melhor não entrar.
- Nunca se pode ter 100% de certeza sobre a direção do movimento. Lembre-se sempre de usar ordens Stop Loss de proteção.
- A análise das ondas pode ser combinada com outras formas de análise e estratégias de negociação.