O par GBP/USD continuou sua tendência de queda na sexta-feira, de forma bem mais pronunciada do que o EUR/USD. Isso permite concluir que a libra esterlina iniciou o movimento, enquanto o euro apenas seguiu a tendência.
Por que a libra caiu? As reuniões do Federal Reserve e do Banco da Inglaterra tiveram pouca relação com isso. O Banco da Inglaterra manteve sua política monetária inalterada, sem sinalizar cortes iminentes e apenas reduzindo levemente seu programa de afrouxamento quantitativo (QE). Já o Fed cortou a taxa básica e indicou a possibilidade de mais dois cortes até o final do ano. Portanto, os resultados dessas reuniões deveriam ter sido favoráveis à libra.
A queda da libra começou na noite de quarta-feira, possivelmente em reação antecipada ao esperado corte de juros do Fed e à realização de lucros. No entanto, outros fatores passaram a influenciar o mercado — especialmente questões fiscais do Reino Unido.
Nos últimos meses, o governo britânico vem elaborando seu plano financeiro para 2026. O orçamento preliminar apresenta déficit, indicando aumento da dívida nacional. Paralelamente, os rendimentos dos títulos britânicos seguem subindo, tornando o endividamento mais caro e aprofundando o déficit. Há alguns meses, Rachel Reeves foi duramente criticada no Parlamento e chegou a chorar durante uma sessão, o que provocou forte queda da libra. Semanas depois, os rendimentos dos títulos atingiram o maior nível desde 1998, gerando novo sell-off. Na última quinta-feira, a divulgação de que a dívida nacional cresceu em ritmo recorde em agosto e que seria necessário aumentar impostos para reduzir o déficit em 2026 provocou um terceiro colapso da moeda.
Vale lembrar que a libra registrou pouca valorização real em 2025; o dólar estava em queda e a libra apenas se beneficiou desse movimento. Sem os problemas financeiros do Reino Unido, seu valor seria significativamente maior. Porém, a própria Grã-Bretanha está travando sua moeda e limitando o crescimento econômico.
É importante notar que muitos países desenvolvidos não se beneficiam de uma moeda nacional muito forte, já que isso reduz o volume de exportações. Portanto, uma libra robusta nem sempre é vantajosa para o Reino Unido. Mesmo enfraquecida ao longo dos últimos 17 anos, a economia britânica enfrenta dificuldades persistentes no pós-Brexit — nove anos depois da decisão de 2016. Embora haja períodos de crescimento, a economia apresenta mais sinais de estagnação do que de expansão.
Volatilidade média do par GBP/USD nos últimos cinco dias de negociação é de 96 pontos, considerada "média" para este par. Na segunda-feira, 22 de setembro, espera-se que o par se mova dentro da faixa delimitada pelos níveis de 1,3370 e 1,3562. O canal de regressão linear de longo prazo está em tendência de alta, indicando um claro movimento ascendente. O indicador CCI entrou novamente em território de sobrevenda, funcionando como mais um alerta para a provável retomada da tendência de alta.
Níveis de suporte mais próximos
- S1 – 1.3428
- S2 – 1.3367
- S3 – 1.3306
Níveis de resistência mais próximos:
- R1 – 1.3489
- R2 – 1.3550
- R3 – 1.3611
Recomendações de negociação:
O par GBP/USD passa por mais uma correção, mas a perspectiva de longo prazo permanece inalterada. As políticas de Donald Trump provavelmente continuarão pressionando o dólar, de modo que não se espera uma valorização expressiva da moeda americana.
Enquanto o preço se mantiver acima da média móvel, posições longas com alvos em 1,3672 e 1,3733 continuam mais relevantes. Caso o preço fique abaixo da média móvel, pequenas posições curtas podem ser consideradas com base puramente em critérios técnicos.
Correções breves do dólar são recorrentes — como a observada no momento —, mas uma tendência de alta sustentada depende de fatores fundamentais, como a conclusão clara da guerra comercial global ou outros desenvolvimentos positivos significativos.
Explicações sobre os elementos do gráfico:
- Canais de regressão linear ajudam a determinar a tendência atual. Se ambos estiverem apontando na mesma direção, isso indica uma tendência forte.
- A linha de média móvel (configurações: 20, suavizada) define a tendência de curto prazo e a direção em que negociar.
- Níveis de Murray – zonas-alvo para movimentos de preço e correções.
- Níveis de volatilidade (linhas vermelhas) – representam o canal provável de preço onde o par pode permanecer nas próximas 24 horas, com base nos níveis atuais de volatilidade.
- Indicador CCI – quando o indicador entra na área de sobrevenda (abaixo de -250) ou sobrecompra (acima de +250), sinaliza uma reversão de tendência iminente na direção oposta.