A próxima semana será marcada por uma série de eventos importantes, incluindo a divulgação de dados econômicos relevantes, principalmente dos EUA, discursos de autoridades influentes de bancos centrais e a decisão final de política monetária do Banco Nacional da Suíça.
Os mercados terão uma semana movimentada, com a publicação de relatórios fundamentais, declarações de figuras importantes do cenário monetário e a definição da política do Banco Nacional da Suíça. É crucial analisar como esses acontecimentos podem impactar os mercados globais.
O foco principal será nos indicadores econômicos dos Estados Unidos, que continuam exercendo influência decisiva devido à conjuntura geopolítica e à dinâmica dos mercados financeiros.
O destaque ficará por conta da divulgação do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE), considerado por muitos participantes do mercado como um indicador para confirmar se o Federal Reserve tomou a decisão correta ao reduzir a taxa de juros em 0,25% na última reunião.
Vale lembrar que a Reserva Federal e seu presidente, Jerome Powell, enfrentaram pressão do presidente Donald Trump e do secretário do Tesouro, Spencer Bessent, que defendiam novos cortes de juros para estimular o crescimento econômico — mesmo com a inflação anual ao consumidor subindo de 2,7% para 2,9%. Ao mesmo tempo, a fragilidade do mercado de trabalho foi o principal argumento para a decisão de reduzir a taxa de juros, apesar da inflação em alta.
Como deve ser interpretada a influência desse indicador nos mercados? Se o PCE vier em linha com as expectativas ou um pouco abaixo — lembrando que o índice de julho foi de 2,6% —, os investidores interpretarão isso como uma forte confirmação de que o Fed poderá continuar reduzindo os juros. Nesse cenário, mais dois cortes antes do fim do ano parecem plausíveis.
Por outro lado, se o resultado indicar uma tendência de alta — subindo para 3% ou mais —, o Fed pode adotar uma postura de espera, adiando novas medidas até que surjam mais "incentivos" de Trump ou até a divulgação de novos dados de inflação.
Como os mercados de ações reagirão, especialmente nos EUA?
A desaceleração da inflação e a perspectiva de novos cortes de juros vão sustentar a demanda por ações — especialmente nos Estados Unidos. Os três principais índices de ações podem retomar sua trajetória de alta. Expliquei os motivos fundamentais para isso em mais detalhes em um artigo anterior.
Nesse cenário, o dólar pode voltar a ficar sob pressão; no entanto, uma queda significativa é improvável, já que as moedas negociadas contra ele também estão sob pressão devido a desenvolvimentos econômicos negativos em seus respectivos países — algo que abordei anteriormente.
Além dos dados de inflação, serão divulgados os números revisados do PIB dos EUA, com expectativa de que o crescimento se mantenha em 3%. Dados importantes sobre o setor manufatureiro e vendas de novas residências também serão publicados. Estão previstos discursos do presidente do Fed, Jerome Powell, e da presidente do BCE, Christine Lagarde.
E, para fechar a semana, o Banco Nacional da Suíça anunciará sua decisão sobre a taxa de juros, com expectativas apontando para manutenção em 0,0%.
No geral, avaliando o panorama do mercado, podemos falar em um sentimento moderadamente positivo entre os participantes.
Previsão diária:
Ouro
A fraqueza do dólar americano e as contínuas tensões geopolíticas globais, incluindo o risco de escalada de conflitos existentes, continuam a sustentar os preços do ouro. Após romper e possivelmente se consolidar acima do nível de 3702,00, o ouro pode retomar seu crescimento em direção a 3748,50. O nível de 3711,36 pode servir como uma oportunidade de compra para o ouro.
USD/CHF
O par está sendo negociado abaixo do nível de 0,7975. A decisão de taxa do Banco Nacional Suíço pode exercer pressão local sobre o franco, e uma alta do par acima desse nível poderia impulsionar crescimento adicional em direção a 0,8025. O nível de 0,7980 pode servir como ponto de compra para o par USD/CHF.