Enquanto o dólar permanece indeciso quanto à sua direção, um novo membro do Federal Reserve, indicado pelo presidente Donald Trump, defendeu nesta segunda-feira cortes agressivos nas taxas de juros, em linha com as pressões do presidente.
Em seu primeiro discurso sobre política monetária desde que ingressou no Fed, o diretor Steven Miran argumentou que a taxa de juros neutra — o nível em que a política monetária não estimula nem restringe a economia — recuou neste ano em razão de tarifas, restrições à imigração e políticas tributárias. Para ele, isso significa que as taxas atuais deveriam estar significativamente mais baixas a fim de evitar prejuízos à economia.
Os mercados reagiram de imediato. Os índices de ações dos EUA renovaram máximas históricas, enquanto o dólar voltou a sofrer pressão vendedora diante dos ativos de risco. Investidores interpretaram as declarações de Miran como um sinal de novos cortes de juros no curto prazo. É evidente que reduções nas taxas podem estimular o crescimento, compensar os efeitos das guerras comerciais e sustentar os lucros corporativos. No entanto, alguns economistas alertaram para as consequências de longo prazo dessa política. Juros mais baixos podem pressionar a inflação e enfraquecer a moeda, comprometendo a estabilidade econômica. Além disso, há o receio de que um estímulo artificial, via juros reduzidos, mascare fragilidades estruturais e adie reformas necessárias.
"A política monetária está firmemente entrando em território restritivo", afirmou Miran na segunda-feira, em discurso preparado para o Economic Club de Nova York. "Se as taxas de juros de curto prazo permanecerem cerca de 2 pontos percentuais acima do neutro, isso pode gerar demissões desnecessárias e aumento do desemprego."
Na semana passada, Miran participou de sua primeira reunião do FOMC, em que as autoridades decidiram por um corte de 0,25 ponto percentual — o primeiro desde dezembro —, levando a taxa para a faixa de 4,00–4,25%. Ele, porém, defendeu uma redução mais agressiva, de 0,50 ponto percentual.
Antes de ser indicado ao Fed, Miran presidia o Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca. Ele não renunciou ao cargo, mas está atualmente em licença não remunerada. Seu mandato como diretor do Fed expira no fim de janeiro, embora ainda não esteja claro por quanto tempo permanecerá no posto.
Na projeção de juros divulgada na semana passada, Miran indicou preferência por cortes que somem 1,5 ponto percentual neste ano. "Isso não é pânico — pânico seria um corte de 75 pontos-base ou mais", declarou durante a sessão de perguntas e respostas após o discurso. "Não estou em pânico; apenas vejo riscos crescentes enquanto a taxa permanece bem acima do nível neutro. A menos que minha visão mude, continuarei defendendo essa posição. Não vou votar em algo em que não acredito apenas para criar uma ilusão de consenso onde ele não existe."
A posição de Miran contrastou fortemente com a de outros dirigentes do Fed que falaram na segunda-feira. Nenhum deles se mostrou disposto a apoiar novos cortes na próxima reunião, em 28–29 de outubro, em Washington. Três membros, já preocupados com a inflação, destacaram que o Fed deve agir com cautela em relação a novos afrouxamentos, já que os preços seguem acima da meta de 2%.
Perspectiva técnica para EUR/USD: No momento, os compradores precisam focar na reconquista de 1,1820. Só então será possível mirar 1,1850. A partir daí, o par pode avançar até 1,1882, embora seja difícil alcançar esse patamar sem o apoio dos grandes players. O alvo final segue na máxima de 1,1920. Em caso de recuo, espero forte interesse comprador próximo a 1,1785. Caso esse nível não sustente, o melhor será aguardar um teste de 1,1760 ou considerar compras a partir de 1,1725.
Perspectiva técnica para GBP/USD: Para os compradores da libra, o primeiro alvo é romper a resistência em 1,3540. Só assim será possível mirar 1,3565, acima do qual o avanço se torna mais difícil. O alvo final permanece em 1,3605. Se o par recuar, os vendedores tentarão assumir o controle em 1,3490. Uma quebra nesse ponto representaria um duro golpe para os compradores, abrindo espaço para quedas até 1,3455, com possibilidade de extensão para 1,3415.
