O ambiente macroeconômico, a demanda institucional consistente e as expectativas de uma postura dovish por parte do Federal Reserve sustentam o cenário-base de que o Bitcoin poderá alcançar novas máximas históricas no quarto trimestre. De modo geral, a projeção para o BTC no quarto trimestre de 2025 aponta para um crescimento contínuo.
Apesar da alta volatilidade, o Bitcoin conseguiu manter os ganhos de ontem. Enquanto isso, o dólar norte-americano segue com impulso positivo, com o índice USDX sendo negociado ligeiramente acima da máxima anterior, em 98,47.
Ao mesmo tempo, a incerteza nos mercados permanece elevada, impulsionada por uma combinação de fatores opostos, o que leva os investidores a adotarem uma postura cautelosa — tanto na compra quanto na venda do dólar.
Enquanto isso, a demanda por ativos tradicionais de refúgio, como a prata e, em maior medida, o ouro, continua alta, impedindo que os preços recuem de forma significativa em relação às recentes máximas históricas.
Em contraste com os mercados tradicionais, o mercado de criptomoedas parece ser dominado pelo otimismo.
Ontem, o Bitcoin atingiu uma nova máxima histórica de US$ 126.200.
Entre os principais destaques dos últimos meses está a Binance Coin (BNB): o par BNB/USD está agora testando o nível de US$ 1.290, o que representa um ganho de +84% desde o início do ano.
O token nativo da BNB Chain, da Binance, vem se valorizando há três anos consecutivos, tendo triplicado de valor nesse período.
Quase todas as 10 principais criptomoedas por capitalização de mercado apresentaram desempenho positivo desde o início de outubro. No caso do Bitcoin, a valorização no mês já chega a 10%, com um ganho de aproximadamente US$ 11.500 por unidade.
Apesar de a capitalização total do mercado de criptomoedas ter recuado 0,12% nas últimas 24 horas, para US$ 4,214 trilhões (segundo dados da TradingView), trata-se apenas de uma leve correção em relação às recentes máximas históricas. Desde o início do mês, a capitalização total do mercado cripto acumula alta de 8,2%, passando de US$ 3,9 trilhões.
Enquanto isso, o chamado "Índice de Medo e Ganância das Criptomoedas" retornou à zona de "Ganância", marcando atualmente 57 de 100 — sinal de que o interesse dos investidores na compra de ativos digitais permanece elevado.
Embora alguns especialistas do mercado cripto acreditem que o pico do atual ciclo de alta já tenha passado — ou esteja próximo — e prevejam uma possível transição para um mercado de baixa, a maioria ainda espera que o Bitcoin continue sendo o principal motor da dinâmica do mercado de criptomoedas ao longo do quarto trimestre. Também é esperado que tokens populares de altcoins mantenham um ritmo de crescimento acelerado. Historicamente, o quarto trimestre costuma ser um período favorável para ganhos no mercado cripto — como destacamos em nosso relatório recente "Perspectiva do Mercado Cripto: Previsão para o 4º Trimestre".
O mercado de criptomoedas vem estendendo seu momentum de alta, sustentado por diversos fatores-chave:
1. Entrada de capital em ETFs
O principal impulsionador do rali atual é o fluxo contínuo de capital institucional, especialmente proveniente dos Estados Unidos. ETFs à vista baseados em criptomoedas líderes, como Bitcoin e Ethereum, vêm registrando entradas expressivas:
Os ETFs de Bitcoin dos EUA atraíram US$ 3,24 bilhões na semana passada — o maior valor semanal desde novembro de 2024.
Apenas nos três primeiros dias de outubro, os ETFs de Bitcoin receberam quase US$ 2,3 bilhões em aportes.
Fundos focados em Ethereum registraram entradas de US$ 1,3 bilhão no mesmo período.
2. Sentimento positivo e adoção institucional
Figuras públicas e políticos têm demonstrado, com crescente frequência, apoio ao Bitcoin. Eric Trump, filho do ex-presidente Donald Trump, afirmou que as criptomoedas podem resolver problemas do sistema financeiro e "salvar o dólar norte-americano". Comentários como esse reforçam a confiança dos investidores e alimentam o chamado "medo de ficar de fora" (FOMO). Os ativos digitais estão se integrando de forma cada vez mais sólida ao sistema financeiro tradicional — um sinal claro da expansão da adoção institucional.
3. Fatores macroeconômicos
A paralisação do governo dos Estados Unidos, que interrompeu as operações de agências federais e suspendeu a divulgação de dados macroeconômicos relevantes, dificultou a avaliação das tendências de inflação e emprego pelo Federal Reserve. Sem acesso a informações atualizadas, os participantes do mercado enfrentam desafios para tomar decisões informadas e recorrem cada vez mais a ativos não atrelados ao dólar.
Em meio a essa elevada incerteza, aumentaram as expectativas de afrouxamento da política monetária. Os mercados reagiram à pressão exercida por Donald Trump sobre o Fed, precificando uma probabilidade de 97% para um corte de juros em outubro, com dois cortes previstos até o final do ano.
Os riscos para o dólar norte-americano, combinados com possíveis novas medidas de estímulo — incluindo pagamentos diretos aos consumidores —, têm impulsionado o interesse pelo Bitcoin como ativo de proteção.
Previsões e níveis de resistência
Analistas projetam que o Bitcoin pode atingir US$ 135.000 até o final do ano. Com o ritmo atual de crescimento, essa meta pode ser alcançada antes do previsto.
Outubro é historicamente um mês de maior volatilidade, com negociações mais ativas e aumento no volume de operações.
O principal nível de resistência para o Bitcoin está na faixa de US$ 129.000 a US$ 130.000, onde se concentra um volume significativo de ordens de venda. Um rompimento acima desse patamar pode abrir caminho para a faixa de US$ 135.000 a US$ 140.000.
Perspectiva geral
O cenário macroeconômico, a forte demanda institucional e as expectativas de uma postura dovish do Fed tornam novos máximos históricos no quarto trimestre o cenário base para o Bitcoin. De qualquer forma, a previsão para o BTC no quarto trimestre de 2025 sugere um crescimento confiante e contínuo.