A demanda pelo euro continua em queda, diante da crise política na França e da acentuada retração da produção industrial na Alemanha. Na minha visão, o mercado ainda não precificou todos os elementos disponíveis, mas podemos supor que esteja incorporando esses fatores gradualmente. Nesta semana, a maior parte das notícias veio da Zona do Euro, mas na segunda metade da semana é provável que a atenção se volte para outros fatores.
Vale lembrar que a presidente do BCE, Christine Lagarde, já fez três discursos nesta semana. Em alguns, ela evitou comentar sobre política monetária; em outros, afirmou estar satisfeita com o nível atual da inflação, embora pequenos riscos de alta ainda permaneçam. Além disso, o primeiro-ministro da França renunciou, ainda não foi definido um substituto e Emmanuel Macron não anunciou eleições parlamentares antecipadas.
De modo geral, a queda na demanda pelo euro é compreensível. No entanto, na minha opinião, o dólar ainda enfrenta fatores que o mercado não está considerando. Por exemplo, o BCE não pretende reduzir ainda mais as taxas de juros, já que não há necessidade disso. Lagarde não afirmou isso diretamente, mas seu vice, Luis de Guindos, declarou na segunda-feira que os riscos inflacionários na Zona do Euro estão equilibrados e que as previsões do banco central estão se concretizando. Com base nisso, não há necessidade de alterar a política monetária no futuro próximo.
Assim, é muito provável que o BCE tenha encerrado seu ciclo de afrouxamento monetário. Sem novos cortes de juros, o euro se livra de um dos fatores de pressão. Na primeira metade do ano, esse fator era irrelevante para o mercado, mas agora vemos o euro se desvalorizando de forma que não corresponde às declarações do BCE.
Por quanto tempo o mercado continuará precificando a crise política na França? Provavelmente não por muito tempo, já que não se trata de um evento de grande relevância. A estrutura de ondas do EUR/USD deve sofrer ajustes, mas levará alguns dias até que seja possível identificar o fim da atual onda de queda.
Panorama da onda para o EUR/USD:
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o instrumento continua formando uma seção de tendência ascendente. A estrutura de ondas ainda depende totalmente do contexto noticioso relacionado às decisões de Trump e às políticas internas e externas da nova administração da Casa Branca. A meta da atual seção de tendência podem atingir o nível de 1,25. No momento, está se formando uma onda corretiva 4, que pode já estar concluída. A estrutura de onda ascendente permanece válida. Portanto, no curto prazo, considero apenas oportunidades de compra. Até o final do ano, espero que o euro suba para 1,2245, correspondente ao nível de Fibonacci de 200,0%.
Panorama da onda para o GBP/USD:
A estrutura de ondas do instrumento GBP/USD mudou. Ainda estamos lidando com uma seção de tendência impulsiva de alta, mas sua estrutura interna de ondas está se tornando ilegível. Se a onda 4 assumir uma forma complexa de três ondas, a estrutura se normalizará, mas, nesse caso, a onda 4 se tornará muito mais complexa e prolongada do que a onda 2. Na minha opinião, a melhor abordagem agora é trabalhar a partir do nível 1,3341, que corresponde ao nível de Fibonacci de 127,2%. Duas tentativas fracassadas de romper esse nível indicaram que o mercado está pronto para novas compras. Os alvos do par permanecem acima do nível 1,38.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas das ondas devem ser simples e claras. Estruturas complexas são difíceis de negociar e mudam frequentemente.
- Se não houver confiança no que está acontecendo no mercado, é melhor não entrar.
- Nunca existe certeza absoluta sobre a direção do mercado. Use sempre ordens de Stop Loss de proteção.
- A análise das ondas pode ser combinada com outras formas de análise e estratégias de negociação.