O padrão de ondas no gráfico de 4 horas do EUR/USD começa a se redefinir. Ainda é cedo para afirmar que a tendência de alta foi cancelada, mas a recente queda do euro exige um ajuste no mapeamento das ondas.
Atualmente, observa-se uma sequência de estruturas a–b–c, sugerindo que façam parte de uma onda 4 dentro de um movimento ascendente maior. Embora essa onda corretiva esteja se estendendo além do habitual, o padrão geral ainda mantém coerência técnica.
A tendência de alta segue em construção, sustentada por um pano de fundo que favorece quase tudo — exceto o dólar americano. A guerra comercial iniciada por Donald Trump continua, assim como o embate com o Federal Reserve. As expectativas dovish em relação aos juros do Fed aumentam, enquanto o shutdown do governo americano persiste. O mercado avalia de forma cada vez mais crítica os primeiros meses de Trump no cargo, apesar do crescimento de quase 4% do PIB no segundo trimestre.
Na minha leitura, a formação da tendência de alta ainda não terminou. Os alvos potenciais permanecem em torno da região de 1,25. Nesse contexto, o euro pode continuar recuando temporariamente, mesmo sem grandes justificativas fundamentais — como já ocorreu nas últimas semanas. Ainda assim, a estrutura de ondas preserva sua lógica interna.
Nesta segunda-feira, o par cedeu 50 pontos-base, reforçando que o movimento de queda ainda não chegou ao fim. Como mencionei em análises anteriores, havia um descompasso entre o pano de fundo macroeconômico e o comportamento técnico — algo que agora começa a se alinhar. Estamos diante da terceira estrutura corretiva consecutiva, e a pressão vendedora pode se estender dentro da onda c, que integra uma c maior da onda 4 principal.
Mesmo assim, os fundamentos continuam a lançar dúvidas sobre a capacidade do dólar de sustentar sua valorização. A tendência de alta do euro, portanto, não deve ser descartada — apenas ajustada ao novo ritmo do mercado.
Quais notícias surgiram na segunda-feira? Praticamente nenhuma. Durante o fim de semana, Donald Trump tentou acalmar os mercados, afirmando que "tudo ficará bem" com a China. Na sexta-feira, o presidente havia anunciado uma tarifa de 100% sobre as importações chinesas, em resposta à decisão de Pequim de restringir as exportações de metais raros. No domingo, no entanto, declarou que não tinha intenção de provocar uma Grande Depressão para o parceiro comercial americano.
A declaração de Trump pode ser interpretada de duas maneiras. Por um lado, ele parece dar à China uma chance de reconsiderar sua decisão, buscando reduzir as tensões. Por outro, deixa claro que, caso Pequim não mude de posição, novas tarifas serão aplicadas.
Autoridades chinesas já advertiram a Casa Branca de que tarifas não são a melhor solução em disputas, se o objetivo for preservar a paz e a estabilidade comercial de longo prazo. No entanto, Trump não demonstra conhecer outro método de negociação. Assim, na minha visão, o mundo presenciou mais um ultimato de Trump, e não uma tentativa genuína de reconciliação. E, convenhamos, como poderia haver reconciliação se Trump vem pressionando a China em busca de um segundo mandato presidencial consecutivo?
Conclusões gerais
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o par continua formando um segmento de tendência de alta. O padrão de ondas ainda depende fortemente do contexto noticioso — em particular, das decisões de Trump e das políticas internas e externas da nova administração da Casa Branca.
Os alvos do atual segmento de alta podem se estender até o nível de 1,25. No momento, o mercado está formando a onda corretiva 4, que se aproxima da conclusão, embora tenha assumido uma forma complexa. A estrutura de alta permanece válida. Consequentemente, no curto prazo, continuo focado apenas em posições compradas, mesmo que o padrão descendente a–b–c ainda não tenha sido concluído.
Até o final do ano, espero que o euro avance em direção a 1,2245, o que corresponde à extensão de Fibonacci de 200,0%.
Em uma escala menor, todo o segmento de alta da tendência está visível. O padrão de ondas não é totalmente convencional, pois as ondas corretivas variam em tamanho. Por exemplo, a onda principal 2 é menor do que a onda interna 2 dentro da onda 3, embora isso ocorra ocasionalmente.
Vale lembrar que é mais eficaz identificar estruturas claras e reconhecíveis nos gráficos do que tentar rotular todas as ondas individualmente. A atual formação de alta parece bastante sólida de modo geral.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas de ondas devem ser simples e claras. Estruturas complexas são difíceis de negociar e frequentemente sofrem alterações.
- Se não houver confiança no que está acontecendo no mercado, é melhor ficar de fora.
- Nunca há 100% de certeza sobre a direção dos preços — sempre utilize ordens de Stop Loss.
- A análise de ondas pode e deve ser combinada com outros métodos analíticos e estratégias de negociação.