Ontem, os índices acionários dos EUA apresentaram desempenho misto. O S&P 500 avançou 0,40% e o Nasdaq 100 subiu 0,46%, enquanto o índice industrial Dow Jones registrou leve queda de 0,04%.
Na Ásia, os índices também fecharam em alta, com os investidores voltando seu foco para o setor de tecnologia, após uma semana marcada pelas tensões comerciais entre EUA e China. O índice regional MSCI subiu 1,1%, impulsionado por ganhos expressivos na Coreia do Sul, Japão e Austrália. O movimento foi parcialmente estimulado pelo renovado interesse em ações de tecnologia, após a fabricante holandesa de chips ASML Holding NV divulgar seu balanço na quarta-feira, trazendo otimismo sobre o impacto duradouro do boom da inteligência artificial na lucratividade das empresas.
Os preços do ouro dispararam para US$ 4.242 por onça, acumulando alta de mais de 60% no ano, à medida que as tensões comerciais e as expectativas de novos cortes de juros pelo Federal Reserve atraíram novamente os compradores para o metal de refúgio. O índice do dólar americano caiu pelo terceiro dia consecutivo, enquanto o desempenho dos títulos do Tesouro dos EUA foi misto, após o rendimento dos papéis de dois anos atingir seu nível mais baixo do ano na quarta-feira.
A forte alta nas ações asiáticas sinalizou que os investidores continuam otimistas em relação à região, apesar do recrudescimento das tensões comerciais entre China e Estados Unidos. As ações asiáticas têm se destacado nos mercados globais este ano: o índice regional MSCI superou os benchmarks dos EUA, com ganho de 23%.
Os investidores já se acostumaram às oscilações políticas e compreendem que, a menos que tais eventos impactem significativamente os lucros corporativos — os verdadeiros motores do mercado —, dificilmente terão efeito relevante sobre os ganhos futuros. O ponto-chave é a capacidade das empresas de se adaptar a condições políticas em constante mudança. Negócios com flexibilidade operacional e modelos diversificados estão mais protegidos contra impactos negativos, podendo redirecionar operações, identificar novos mercados e ajustar estratégias às novas realidades.
Durante a sessão asiática, as ações do setor de tecnologia se destacaram: os papéis da gigante chinesa ZTE Corp. dispararam 10% em Hong Kong, recuperando-se após a liquidação ocorrida no início da semana. As ações da fabricante sul-coreana de chips SK Hynix Inc. subiram 6,9%, contribuindo para o avanço de 2,1% do índice Kospi.
Desde o início da semana, os mercados americanos registram queda na atividade, após declarações do presidente Donald Trump de que os EUA estão em "estado de guerra comercial" com a China, e a proposta do secretário do Tesouro, Scott Bessent, de uma trégua prolongada. Ontem, Bessent indicou a possibilidade de estender a suspensão das tarifas de importação sobre produtos chineses por mais de três meses, caso a China aceite não endurecer os controles sobre a exportação de elementos de terras raras.
Quanto ao cenário técnico do S&P 500, a principal meta dos compradores hoje será romper o nível de resistência mais próximo, em US$ 6.697. Esse movimento apoiaria a continuidade da tendência de alta e abriria caminho para o avanço até o próximo patamar, em US$ 6.711. Manter o controle acima de US$ 6.727 também será prioridade para os compradores, fortalecendo ainda mais sua posição no mercado. Por outro lado, em caso de queda e enfraquecimento do apetite por risco, os compradores precisarão se firmar na região de US$ 6.682. Uma quebra abaixo desse suporte poderia empurrar rapidamente o índice para US$ 6.672 e abrir caminho para US$ 6.660.