Ontem, os índices de ações dos EUA fecharam com ganhos. O S&P 500 subiu 1,07%, enquanto o Nasdaq 100 adicionou 1,37%. O Dow Jones industrial fortaleceu-se em 1,12%.
Os traders de Wall Street continuam comprando ações em meio a sinais positivos das empresas americanas e esperanças de alívio das tensões entre as duas maiores economias do mundo. O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos caiu três pontos-base, para 3,98%. Os preços do ouro subiram.
O otimismo no mercado de ações é sustentado não apenas pelos relatórios trimestrais que superaram as expectativas, mas também pela crescente especulação sobre uma possível resolução das divergências comerciais. O alívio nas tensões entre os Estados Unidos e a China oferece suporte significativo ao mercado. As notícias sobre a retomada das negociações e a disposição de ambas as partes em buscar um compromisso alimentam a esperança de que uma guerra comercial em larga escala — que poderia causar sérios danos à economia global — possa ser evitada. Esse cenário tem impacto positivo sobre as ações de empresas envolvidas no comércio internacional e dependentes de insumos provenientes da China.
Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, reiterou sua ameaça de aumentar as tarifas sobre produtos chineses caso nenhum acordo seja alcançado até 1.º de novembro. Ao mesmo tempo, ele enfatizou que a reunião com o presidente Xi Jinping, marcada para a próxima semana, segue confirmada.
A temporada de resultados corporativos está a todo vapor: cerca de 85% das empresas do S&P 500 já divulgaram lucros acima das previsões. Isso tem contribuído para a recuperação dos preços das ações — ontem, o índice registrou seu melhor desempenho em dois dias desde junho. Os traders, que passaram semanas sem acesso a dados devido à paralisação do governo, agora se apoiam nos sólidos relatórios corporativos. As ações da Apple Inc. atingiram sua máxima após a divulgação dos resultados.
Muitos participantes do mercado acreditam que, apesar dos episódios de volatilidade, o cenário subjacente para as ações permanece favorável. Recentemente, qualquer período de fraqueza tem gerado compras agressivas e, embora os investidores institucionais adotem uma postura mais cautelosa, os investidores de varejo continuam demonstrando apetite por risco.
"A combinação de uma perspectiva melhor para crescimento e lucros, políticas de apoio e investidores ansiosos para comprar nas quedas justifica uma visão mais positiva para o médio prazo", afirmou o UBS Global Wealth Management.
Ainda assim, há quem observe o mercado com cautela. Estrategistas do Deutsche Bank AG destacaram que o posicionamento geral em ações caiu drasticamente na semana passada, e que o sentimento tornou-se mais pessimista. Enquanto isso, o Morgan Stanley afirmou que um acordo entre os EUA e a China, aliado à estabilidade nas revisões de lucros, é essencial para reduzir o risco de novas correções no mercado de ações.
Quanto ao panorama técnico do S&P 500, o principal objetivo dos compradores hoje será romper o nível de resistência mais próximo, em US$ 6.743. Esse movimento ajudará o índice a ganhar tração e abrirá espaço para uma nova alta em direção ao nível de US$ 6.756. Igualmente importante para os otimistas será manter o controle sobre a região de US$ 6.769, o que reforçará as posições dos compradores.
Em caso de movimento descendente, em meio à redução do apetite pelo risco, os compradores deverão se defender na área de US$ 6.727. Uma quebra sustentada abaixo desse nível poderá empurrar rapidamente o instrumento de volta para US$ 6.711 e abrir caminho para US$ 6.697.
