
O par GBP/USD voltou a cair na sexta-feira, embora desta vez houvesse motivos sólidos para a compra da libra esterlina. Pela manhã, foram divulgados três relatórios relevantes no Reino Unido, os índices de atividade empresarial nos setores de serviços e manufatura, além das vendas no varejo. Todos os três resultados superaram as previsões dos analistas, o que, em tese, deveria ter impulsionado a moeda britânica desde o início do pregão.
À tarde, os Estados Unidos divulgaram o relatório de inflação, considerado o principal evento da semana. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI), publicado com dez dias de atraso, mostrou crescimento mais fraco do que o esperado, de apenas 3%, enquanto a inflação subjacente recuou para o mesmo nível na base anual. Esses dados reforçam a possibilidade de novos cortes na taxa básica de juros pelo Federal Reserve.
Vale lembrar que o mercado já atribuía alta probabilidade a dois cortes de juros até o fim do ano. Ainda assim, o relatório de inflação evidenciou a necessidade de tal decisão. Diante disso, o dólar poderia ter recuado, mas, surpreendentemente, não o fez.
Mais tarde, foram divulgados também os índices de atividade empresarial dos EUA e o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan. Os primeiros superaram as expectativas, favorecendo o dólar, enquanto o índice de sentimento voltou a cair. Assim, relatórios secundários sustentaram a moeda americana, mesmo quando cinco indicadores mais relevantes apontavam em direção contrária. No fim do dia, o dólar ainda encerrou em alta.
Atualmente, falta lógica aos movimentos de mercado. O par segue preso em uma tendência lateral no gráfico diário, e esse padrão de consolidação continua sendo a principal fonte de incerteza para os traders. Movimentos dentro de uma faixa lateral tendem a ser voláteis e imprevisíveis, como se observou ao longo de outubro.
Na próxima semana, ocorre a reunião do Federal Reserve, e a probabilidade de um corte de juros é de 146%, segundo estimativas de mercado, um reflexo de apostas sobre múltiplos cortes. Assim, espera-se uma pressão de baixa sobre o dólar. No entanto, como o mercado já precifica essa decisão há semanas, o impacto imediato pode ser limitado.
Resta saber quando o mercado voltará a reagir de forma coerente aos dados econômicos. A reunião do FOMC pode se tornar um ponto de inflexão, abrindo espaço para uma nova tendência de alta nos pares EUR/USD e GBP/USD, embora esse cenário ainda não seja garantido.
Em minha visão, é mais plausível esperar a retomada da tendência altista em 2025, com o GBP/USD oscilando na faixa de 1,3100–1,3250, região que coincide com as últimas mínimas locais e pode marcar o fim do movimento corretivo dentro da consolidação atual.

A volatilidade média do par GBP/USD nos últimos cinco dias de negociação, até 27 de outubro, é de 63 pips. Para o par libra/dólar, isso é considerado "médio". Na segunda-feira, esperamos, portanto, um movimento dentro da faixa limitada pelos níveis 1,3245 e 1,3371. O canal superior da regressão linear está apontando para cima, indicando uma tendência ascendente predominante. O indicador CCI entrou no território de sobrevenda três vezes, o que pode sinalizar uma retomada da tendência de alta.
Níveis de suporte mais próximos:
- S1 – 1.3306
- S2 – 1.3245
- S3 – 1.3184
Níveis de resistência mais próximos:
- R1 – 1.3367
- R2 – 1.3428
- R3 – 1.3489
Recomendações de negociação:
O par GBP/USD tenta retomar a tendência de alta prevista para 2025, e suas perspectivas de longo prazo permanecem inalteradas. As políticas de Donald Trump continuam a exercer pressão sobre o dólar americano, de modo que não se espera uma valorização sustentável da moeda dos EUA. Assim, posições de compras com alvos em 1,3672 e 1,3733 permanecem as mais relevantes enquanto o preço se mantiver acima da média móvel. Caso o preço caia abaixo dessa linha, vendas curtas podem ser consideradas, com alvo técnico em 1,3245. O dólar ocasionalmente apresenta movimentos corretivos, mas, para que uma tendência de alta consistente se estabeleça, seriam necessários sinais concretos de resolução da guerra comercial ou outros fatores positivos de alcance global.
Explicações para as ilustrações:
- Os canais de regressão linear ajudam a determinar a tendência atual. Se ambos estiverem direcionados da mesma forma, isso indica uma tendência forte.
- A linha da média móvel (configurações 20,0, suavizada) define a tendência de curto prazo e a direção na qual as negociações devem ser conduzidas atualmente.
- Os níveis de Murray são níveis-alvo para movimentos e correções.
- Os níveis de volatilidade (linhas vermelhas) indicam o canal de preço provável no qual o par será negociado no dia seguinte, com base nos indicadores de volatilidade atuais.
- O indicador CCI: sua entrada na área de sobrevenda (abaixo de -250) ou na área de sobrecompra (acima de +250) indica que uma reversão da tendência na direção oposta está se aproximando.