
O ouro iniciou a nova semana em queda. Sinais de amenização das tensões comerciais entre Estados Unidos e China aumentaram o apetite dos investidores por ativos de maior risco, o que, por sua vez, reduziu a demanda por ouro, tradicionalmente visto como um ativo de refúgio seguro.
No domingo, altos funcionários econômicos da China e dos EUA chegaram a um entendimento preliminar sobre a possível estrutura de um futuro acordo comercial. A notícia surgiu às vésperas da reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, marcada para o final desta semana.
O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que as conversas realizadas à margem da cúpula da ASEAN, em Kuala Lumpur, evitaram efetivamente a implementação de tarifas de 100% sobre as importações chinesas, previstas para entrar em vigor em 1º de novembro.
Assim, esse desenvolvimento acalmou os mercados financeiros, aliviando a preocupação dos investidores com uma possível escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Como resultado, a nova semana começou com forte alta nos mercados de ações, enquanto o metal precioso apresentou fraqueza, refletindo a menor busca por segurança.
Ao mesmo tempo, as expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) estão ganhando força, embora os traders otimistas mantenham cautela. Segundo o Bureau of Labor Statistics, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA subiu 0,3% em setembro, elevando a inflação anual para 3%. Excluindo alimentos e energia, o núcleo do índice avançou 0,2% no mês, permanecendo estável em 3% na comparação anual.
Essas leituras ficaram aquém das expectativas do mercado, reforçando a especulação de que o Fed poderá reduzir as taxas de juros em breve.A ferramenta FedWatch do CME Group agora precifica quase integralmente um corte de 25 pontos-base em dezembro, o que limita a recuperação do dólar americano após as mínimas registradas na última sexta-feira.
Nesse contexto, as tensões geopolíticas, em especial o conflito entre Rússia e Ucrânia, continuam a oferecer suporte ao ativo. Na noite de domingo, a Rússia lançou mais um ataque em larga escala com drones contra Kyiv, enquanto Vladimir Putin anunciou o sucesso de um recente teste de míssil de cruzeiro nuclear, fatores que podem sustentar os preços do ouro no curto prazo.
Por ora, os traders devem aguardar o resultado da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que terá papel determinante na dinâmica do dólar americano e na próxima fase de movimento do par XAU/USD.
Do ponto de vista técnico, os osciladores mistos no gráfico diário sugerem cautela entre os vendedores. Se os preços não conseguirem se manter acima do nível-chave de US$ 4.000, isso pode indicar potencial para perdas mais profundas.
Por outro lado, uma recuperação acima da marca de US$ 4.100 poderia restaurar o impulso altista, com alvos em US$ 4.140, onde um rali de cobertura de posições vendidas pode ser acionado. Um rompimento sustentado acima desse nível provavelmente aceleraria o movimento de alta, abrindo caminho para um avanço em direção ao nível psicológico de US$ 4.200.00.