O ouro continua sendo negociado um pouco abaixo da marca de US$ 4.000 por onça após uma forte liquidação no início desta semana, já que o progresso nas negociações comerciais entre os EUA e a China prejudicou a demanda por ativos seguros.

Esse nível também é psicologicamente relevante; um rompimento abaixo dele poderia desencadear novas vendas, já que traders de curto prazo tenderiam a encerrar suas posições compradas, intensificando a pressão baixista. No entanto, apesar da fraqueza atual dos preços, os fatores fundamentais que sustentam a demanda por ouro continuam sólidos. Tensões geopolíticas, preocupações com o crescimento econômico global e a incerteza persistente sobre a política monetária futura dos bancos centrais permanecem como importantes elementos de suporte.
Investidores preocupados com uma potencial recessão ainda veem o ouro como um ativo de refúgio e reserva de valor confiável em períodos de instabilidade. A demanda por ouro por parte dos bancos centrais segue robusta, à medida que diversos países buscam diversificar suas reservas internacionais e reduzir a dependência do dólar americano. Um fator-chave a ser monitorado nas próximas semanas será o progresso das negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
Caso as discussões voltem a travar ou as tensões comerciais se intensifiquem, é provável que a demanda por ouro aumente novamente, impulsionando os preços de volta para a região de US$ 4.000 e além. Por outro lado, na ausência de novos catalisadores, o metal poderá continuar sob pressão no curto prazo. Na terça-feira, o preço do ouro caiu para US$ 3.973, após uma queda de 3,2% na sessão anterior. Ainda assim, desde o início do ano, o ouro acumula alta superior a 50%.
Esse movimento corretivo pode representar uma oportunidade para grandes investidores institucionais e bancos centrais aumentarem suas posições. O Banco da Coreia, por exemplo — que não comprava ouro há mais de 10 anos —, está considerando novas aquisições no médio e longo prazo.

Espera-se também que o Federal Reserve reduza as taxas de juros em 25 pontos-base durante sua reunião de dois dias, que termina na quarta-feira. Cortes de juros tendem a beneficiar o ouro, uma vez que reduzem o custo de oportunidade de manter ativos sem rendimento. Do ponto de vista técnico, os compradores precisam retomar o nível de resistência mais próximo de US$ 3.954.
Um rompimento acima desse ponto abriria espaço para um movimento em direção a US$ 4.008, embora a superação desse patamar deva enfrentar resistência significativa.O alvo mais distante permanece na área de US$ 4.062. Em caso de nova queda, os vendedores tentarão retomar o controle em torno de US$ 3.906.Se forem bem-sucedidos, uma quebra sustentada abaixo dessa faixa representará um golpe expressivo nas posições compradas, podendo empurrar o ouro para a região de US$ 3.849, com extensão potencial até US$ 3.802.