O ouro registrou uma ligeira recuperação antes da reunião da Reserva Federal, mas ainda está sendo negociado abaixo da marca de US$ 4.000 por onça. Um corte acentuado nas taxas pelo comitê servirá como mais um catalisador para a alta do ouro, pois enfraquecerá o dólar.

A medida antecipada pelo Federal Reserve provavelmente desencadeará uma nova onda de interesse pelo ouro, tradicionalmente visto como uma proteção confiável contra a inflação e as flutuações cambiais. Em um cenário de queda nos rendimentos dos títulos, o metal precioso se torna mais atraente para investidores que buscam refúgio seguro para o capital.
No entanto, vale lembrar que o mercado de ouro continua sujeito à influência de diversos fatores além das decisões do Fed. Tensões geopolíticas, a situação da economia global e as mudanças no sentimento dos bancos centrais e dos investidores podem afetar significativamente os preços.
Apesar da liquidação acentuada nos últimos dias, a correção do mercado não abalou o sentimento otimista em relação ao ouro. Na conferência da London Bullion Market Association (LBMA), realizada em Kyoto, os participantes afirmaram esperar que o preço do metal atinja entre US$ 4.980 e US$ 5.000 até outubro de 2026, cerca de 27% acima do nível atual.
Esta previsão ousada baseia-se em vários pilares fundamentais. Em primeiro lugar, a instabilidade geopolítica atual, com repercussões em várias partes do mundo, torna o ouro um ativo seguro e atrativo para os investidores que procuram proteger o seu capital da imprevisibilidade. Em segundo lugar, as pressões inflacionárias crescente, impulsionadas pela expansão da liquidez global promovida pelos bancos centrais, o que eleva o valor do ouro como reserva de poder de compra durante os períodos de desvalorização da moeda.
Além disso, o aumento da demanda por ouro dos bancos centrais, especialmente em economias emergentes que buscam diversificar reservas e reduzir a dependência do dólar americano.Essa tendência deve continuar sustentando os preços dos metais preciosos no longo prazo.

No panorama técnico atual, os compradores precisam superar a resistência mais próxima em US$ 4.008, o que abriria espaço para um avanço até US$ 4.062. Acima desse nível, o rompimento se torna mais desafiador, com a próxima meta em US$ 4.124.
Em caso de recuo, os vendedores tentarão assumir o controle em US$ 3.954. Um rompimento abaixo dessa faixa representaria um golpe significativo para as posições compradas, podendo empurrar o ouro para US$ 3.906, com possibilidade de extensão até US$ 3.849.