Ontem, em meio a uma queda nos ativos de risco, o ouro aproveitou a oportunidade para ganhar algum peso. É evidente que o ouro se recuperou, já que os traders buscaram ativos seguros após uma queda no mercado de ações em meio a preocupações com avaliações inflacionadas.

Os preços do ouro à vista subiram para $4.000 por onça, após uma queda de quase 2% na sessão anterior. Os índices acionários globais recuaram na quarta-feira, registrando a maior queda em quase um mês, enquanto os títulos do Tesouro se valorizaram, impulsionados pela busca por ativos de refúgio.
A queda do ouro na terça-feira ocorreu após três membros do Federal Reserve dos EUA declararem não apoiar novos cortes nas taxas de juros em dezembro, citando preocupações com os riscos inflacionários e o enfraquecimento do mercado de trabalho. Ainda esta semana, os investidores devem ouvir novos pronunciamentos, incluindo o do presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem.
Desde o início do ano, o ouro já acumula alta de aproximadamente 50%, tendo atingido uma máxima histórica no mês passado, antes de registrar uma leve correção. Esse movimento de retração, que ocorreu após sinais de crescimento excessivamente rápido, foi acompanhado por saídas de fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados em metais preciosos.
Agora, os traders buscam determinar se o recente declínio marcou o fim da correção. De modo geral, a dinâmica entre os mercados de ouro e de títulos reflete uma relação complexa entre as expectativas quanto à política futura do Federal Reserve, os riscos macroeconômicos elevados e as incertezas persistentes relacionadas ao shutdown do governo dos EUA.
Os investidores devem permanecer cautelosos, acompanhando atentamente os próximos dados econômicos e as declarações de autoridades para embasar suas decisões em um cenário de volatilidade acentuada.
Mesmo uma consolidação do ouro dentro da faixa de $3.800 a $4.050 por onça não representa ameaça ao mercado altista observado ao longo do ano. Os fatores de suporte, como as compras ativas dos bancos centrais e a forte demanda dos investidores privados, permanecem intactos e podem sustentar novos avanços nos preços após a fase atual de consolidação.

Quanto ao panorama técnico atual do ouro, os compradores precisam romper a resistência mais próxima, em US$ 4.008. Isso lhes permitirá atingir um alvo de US$ 4.062, acima da qual será bastante difícil penetrar. O alvo mais distante estará próximo de US$ 4.124. Se o ouro cair, os vendedores tentarão assumir o controle acima de US$ 3.954. Se forem bem-sucedidos, a quebra dessa faixa representará um duro golpe para as posições dos compradores e empurrará o ouro para uma baixa de US$ 3.906, com potencial para atingir US$ 3.849.