Os investidores estão preparados para uma queda? As últimas grandes vendas no S&P 500 ocorreram há 16 anos, sendo tão intensas que levaram 66 meses para que o índice amplo retornasse às máximas históricas. Os outros cinco episódios de "mercado em baixa" no século XXI ensinaram aos traders apenas uma lição: comprar nas quedas.
A primeira queda do S&P 500 abaixo da média móvel de 50 dias desde maio tornou-se um sinal importante de uma possível continuação do recuo. O índice amplo de ações permaneceu acima do suporte dinâmico chave por 138 sessões de negociação — a sequência mais longa desde 2007 e a segunda mais longa deste século. Curiosamente, a primeira queda dessa magnitude ocorreu pouco antes da crise econômica global de 2008-2009.
Dinâmica da série S&P 500 acima da média móvel de 50 dias

Há quem defenda que as quedas na economia dos EUA ocorrem devido ao aperto excessivo da política monetária e à relutância do Federal Reserve em reduzir as taxas elevadas em meio à inflação persistente. Esses fatores, de fato, estão em jogo neste momento. Cada vez mais membros do FOMC têm manifestado preocupação com os preços excessivamente altos. Ainda assim, Christopher Waller acredita que o banco central deve agir de forma preventiva — mantendo o ciclo de expansão monetária para apoiar o arrefecimento do mercado de trabalho.
Se, em vez de um pouso suave, a economia dos EUA entrar em recessão, surgirá um forte argumento para vender o S&P 500. E quem se lembrará, então, da temporada de resultados corporativos mais robusta desde 2021? Cerca de 90% das empresas do índice já divulgaram seus dados do terceiro trimestre. Quatro em cada cinco superaram as previsões de lucro — acima da média de 75% da última década. Mais de três quartos também ultrapassaram as estimativas de receita de Wall Street, superando a média histórica de dois terços.
No dia 19 de novembro, a NVIDIA divulgará seus resultados. O mercado futuro projeta uma reação de aproximadamente +/- 6,5% em suas ações. Caso essa oscilação se concretize, poderá impactar significativamente os principais índices acionários. Além disso, no mesmo dia serão divulgadas as atas da reunião de outubro do FOMC, seguidas pelo tão aguardado relatório do mercado de trabalho dos EUA referente a setembro, previsto para o dia seguinte.
Dinâmica do S&P 500 e previsão do Morgan Stanley

Apesar dos sinais de uma possível transição do mercado para uma fase de baixa, os otimistas não desapareceram. O Morgan Stanley está divulgando uma das previsões mais otimistas de Wall Street, projetando que o S&P 500 subirá para 7.800 até o final de 2026. Isso pressupõe que o índice geral de ações terá seu quarto ano consecutivo de crescimento de dois dígitos.

A perspectiva positiva baseia-se na expectativa de um aumento de 17% nos lucros corporativos por ação em 2026 e de 12% em 2027.
Do ponto de vista técnico, o recuo a partir da resistência dinâmica, indicada pelas médias móveis no gráfico diário do S&P 500, confirmou a força dos ursos. As posições de vendas já estabelecidas, incluindo aquelas iniciadas a partir do nível de pivô em 6.805, continuam justificadas e podem ser mantidas e ampliadas gradualmente. Os níveis-alvo situam-se em 6.560 e 6.400.