Desta vez, a situação é diferente. Os investidores haviam se acostumado a comprar nas quedas, e o rápido rali do S&P 500 entre abril e outubro comprovou a eficácia dessa estratégia. No entanto, em novembro, o mercado de ações começou a emitir um sinal de alerta após o outro. A primeira queda do índice amplo abaixo da média móvel de 50 dias desde maio foi o primeiro desses sinais — e outros vieram logo depois.
O Dow Jones recuou 4,5% ao longo de quatro sessões, marcando o maior sell-off a partir das máximas históricas desde 1999. As ações das Sete Magníficas perderam 5% de valor em novembro, com apenas a Alphabet permanecendo no território positivo. O S&P 500 passou 14 dias sem renovar máximas históricas. Embora isso não pareça grave isoladamente, trata-se da mais longa sequência sem novos recordes em 88 sessões, de fevereiro a junho.
Dinâmica diária do S&P 500
Desde o início do mês, o S&P 500 acumula queda de 3%. Se essa tendência se mantiver até o final do período, novembro poderá se tornar o pior mês desde 2008. O índice de medo VIX ultrapassou a marca crítica de 20 e atingiu 24, seu nível mais alto desde meados de outubro. A 22V Research observa que, no Nasdaq Composite, a porcentagem de empresas cujas ações alcançaram mínimas de 52 semanas supera a daquelas que registraram máximas de 52 semanas. Quando o mercado registra mais mínimas do que máximas, isso indica uma orientação baixista.
A queda atual do S&P 500 representa uma correção saudável ou uma reversão da tendência de alta? Tudo depende do que está impulsionando o recuo. Segundo 45% dos investidores institucionais entrevistados pelo Bank of America, o maior risco para o mercado de ações dos EUA é uma possível bolha de inteligência artificial, um salto significativo em relação aos 11% que apontavam esse risco em setembro.
Dinâmica das ações do Nasdaq Composite em posições extremas
Entre outros riscos extremos, os investidores destacaram o aumento dos rendimentos dos Treasuries e da inflação. Os rendimentos, que eram a principal preocupação em setembro, agora de fato começam a se confirmar como um problema. O Fed não demonstra pressa em cortar a taxa de juros dos fundos federais em dezembro. As expectativas de estímulo monetário haviam servido como uma tábua de salvação para o S&P 500, permitindo que o mercado ignorasse as avaliações fundamentalmente inflacionadas das gigantes de tecnologia e seus lucros relativamente modestos quando comparados aos níveis atuais de investimento.
Agora, o momento da verdade chegou. A falta de transparência decorrente da insuficiência de dados oficiais, aliada aos desafios iminentes relacionados aos resultados corporativos da NVIDIA, à ata da reunião do FOMC de outubro e às estatísticas de emprego de setembro, está levando os investidores a recuar. O fechamento de posições resultou em um movimento de correção no índice amplo.
Tecnicamente, no gráfico diário do S&P 500, o mercado está formando um padrão de reversão 1-2-3 e se preparando para ativar o modelo Cunha Alargada. Para que esse cenário se concretize, os preços precisam romper abaixo de 6.550. Enquanto as negociações permanecerem abaixo de 6.700, faz sentido manter o foco em posições de venda.
