O dólar americano tem enfrentado dificuldades para crescer após relatos de que as divergências internas dentro do Federal Reserve se intensificaram nas últimas semanas.
Os oficiais adotaram posições diferentes antes da reunião de política monetária de dezembro do banco central — tudo isso enquanto o presidente Jerome Powell permanece em silêncio desde suas últimas declarações após a reunião de outubro do Fed.

A situação se agravou no fim da semana passada, quando o presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams — frequentemente visto como um aliado próximo de Jerome Powell — declarou apoio a um corte de juros, contrariando vários outros formuladores de políticas que haviam se manifestado contra a medida.
Uma série de declarações recentes revela que os demais membros votantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), responsável pela definição das taxas, agora estão praticamente divididos sobre os próximos passos. Isso praticamente garante que haverá votos dissidentes na decisão de 10 de dezembro, independentemente do resultado final.
Especialistas observam que divergências internas eram raras sob Powell em anos anteriores, mas tornaram-se mais frequentes em 2024–2025. Com autoridades tentando equilibrar dois objetivos conflitantes — sustentar um mercado de trabalho em enfraquecimento e, ao mesmo tempo, conter a inflação — não houve uma decisão unânime desde junho. A paralisação do governo, que atrasou a divulgação de dados econômicos importantes, também dificultou a construção de consenso.
A ala hawkish defende manter a pausa monetária, citando a inflação ainda persistente. Para esse grupo, novos cortes poderiam comprometer o processo de estabilização dos preços e até reacender pressões inflacionárias no futuro. Já os moderados reconhecem o avanço na desinflação e demonstram preocupação com o impacto negativo que um novo aperto poderia gerar sobre a economia e o mercado de trabalho. Para eles, um afrouxamento adicional seria a melhor forma de proteger a atividade econômica.
O silêncio público de Powell acrescenta ainda mais incerteza às perspectivas. Investidores e economistas aguardam qualquer sinal que indique para onde o Fed pretende seguir. A reunião de dezembro tende a ser decisiva para a trajetória da política monetária — e deve trazer volatilidade significativa aos mercados.
"Powell permanecer distante do debate neste momento permite que cada membro do FOMC se manifeste e seja ouvido", afirmaram analistas da New Century Advisors. "Ele está dando espaço para que as divergências apareçam — algo positivo, considerando a complexidade do cenário atual."
Embora essas divergências pareçam acentuar a confusão, não são inéditas. Nos anos 1980 e 1990, divergências entre membros eram comuns, especialmente em períodos de preocupação com pressões inflacionárias persistentes. Ainda assim, a decisão de dezembro se apresenta como uma das mais difíceis dos últimos anos.
Análise técnica do EUR/USD: Os compradores precisam recuperar o nível de 1.1530 para retomar o controle. Acima dele, o próximo alvo é 1.1565. Se superado, o preço pode tentar 1.1585, embora isso exija forte suporte institucional. A resistência mais distante é 1.1610. Se o preço recuar, espero entrada relevante de compradores apenas na região de 1.1500. Caso o nível não segure, o par pode revisitar 1.1470 ou até buscar oportunidades de compra mais abaixo, próximo de 1.1440.
Análise técnica do GBP/USD: Os compradores da libra precisam recuperar a resistência de 1.3120. Acima dela, o alvo é 1.3150, e apenas um fechamento claro acima desse nível abrirá espaço para um avanço mais firme rumo a 1.3175. Se o preço cair, os vendedores tentarão reassumir o controle em 1.3085. Um rompimento dessa área pressionará o par em direção a 1.3060, com possibilidade de estender o movimento para 1.3040.