Pela primeira vez em quatro anos, Rússia e Ucrânia estão próximas de alcançar um acordo de paz. É claro que nenhum dos lados aceita integralmente os termos propostos pelo outro — mas essa é justamente a essência de uma negociação: encontrar um ponto de equilíbrio em meio a interesses conflitantes. Muitos analistas políticos destacam que Kiev e Moscou estão hoje mais próximas de um cessar-fogo do que nunca. Como esse cessar-fogo será estruturado e em qual formato ainda é desconhecido, o que deixa espaço para especulações. Ainda assim, qualquer paz é melhor do que qualquer conflito.
Como um possível cessar-fogo pode afetar o mercado cambial?
Sempre que a situação geopolítica se deteriora, muitos investidores buscam migrar seus ativos para instrumentos e moedas consideradas mais seguras. O "porto seguro número um" no mundo continua sendo o dólar, apesar da forte queda da moeda em 2025. Assim, cada novo conflito ou escalada de tensões tende a ser um fator de suporte para o dólar americano. Consequentemente, a resolução de um conflito geopolítico — especialmente uma guerra — tende a aumentar o apetite por risco e, com isso, reduzir a demanda pela moeda dos EUA.
Sob essa ótica, conclui-se que a conclusão da guerra na Ucrânia não trará benefícios significativos ao dólar. A moeda americana ainda enfrenta uma série de fatores que podem pressioná-la ao longo de 2026. Admito que esperava uma queda mais acentuada do dólar até o fim de 2025, mas o mercado acabou entrando em estruturas de ondas corretivas complexas e prolongadas, que ainda não parecem finalizadas. Mesmo assim, acredito que a perspectiva de médio prazo para o dólar permanece inalterada. Continuo aguardando um afrouxamento monetário significativo por parte do Fed em 2026, além da pressão contínua de Donald Trump sobre o banco central e seu desejo de preencher o FOMC com "aliados" alinhados às suas posições.
Não acredito que a demanda pela moeda americana começará a cair imediatamente após Kiev e Moscou assinarem qualquer acordo. Além disso, permanece totalmente incerto quando isso ocorrerá. No entanto, caso um cessar-fogo seja alcançado, o mercado terá mais um motivo para vender o dólar. Motivos já não faltam, mas os participantes ainda não estão prontos para iniciar um novo ciclo de vendas da moeda norte-americana.
Cenário de onda para o EUR/USD:
Com base na análise do EUR/USD, o instrumento continua a desenvolver uma seção de tendência de alta. Nos últimos meses, o mercado fez uma pausa, mas as políticas de Trump e do Fed permanecem como fatores relevantes para uma queda futura do dólar. Os alvos dessa seção de tendência podem se estender até a região dos 25 pontos. A formação do conjunto de ondas altistas pode continuar. A partir dos níveis atuais, espero o início da terceira onda desse conjunto, que pode ser uma onda 3 ou c. No momento, mantenho posições longas, com alvos próximos da região de 1.1740, e uma reversão altista do indicador MACD oferece uma leve confirmação desse cenário.
Cenário de onda para o GBP/USD:
A estrutura de ondas do par GBP/USD passou por mudanças. Ainda estamos lidando com uma seção impulsiva de alta, porém sua estrutura interna tornou-se cada vez mais complexa. A formação corretiva de baixa a-b-c-d-e dentro da onda c em 4 parece estar praticamente concluída. Se esse cenário se confirmar, espero que a seção principal da tendência retome sua formação, com alvos iniciais na região das marcas 38 e 40. No curto prazo, é aguardada a formação da onda 3 ou c, com objetivos em 1.3280 e 1.3360, correspondentes aos níveis de 76,4% e 61,8% de Fibonacci.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas de ondas devem ser simples e compreensíveis. Estruturas complexas são difíceis de negociar e muitas vezes trazem mudanças.
- Se houver incerteza sobre o que está acontecendo no mercado, é melhor não entrar nele.
- Nunca pode haver 100% de certeza sobre a direção do movimento. Não se esqueça das ordens de Stop Loss de proteção.
- A análise de ondas pode ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.
