
O par AUD/USD inicia a nova semana de negociações em fase de consolidação de alta, oscilando dentro de uma faixa estreita próxima da máxima mensal registrada na sexta-feira, à espera de novos impulsos vindos das decisões dos bancos centrais ao longo da semana.
O Banco Central da Austrália (RBA) divulgará sua decisão sobre a taxa de juros na terça-feira. A expectativa é de manutenção dos juros nos níveis atuais, com foco no controle da inflação. Na semana passada, a governadora do RBA, Michelle Bullock, reconheceu que a inflação ainda não retornou à faixa-alvo de 2% a 3% ao ano. Ao mesmo tempo, a economia australiana apresenta o crescimento mais forte em dois anos, e um mercado de trabalho estável reforça as expectativas de possíveis altas de juros em 2026. Esse cenário contrasta fortemente com a postura dovish do Federal Reserve, que limita a força do dólar e gera ventos favoráveis adicionais ao AUD/USD.
Indicadores macroeconômicos recentes dos EUA apontam para uma desaceleração gradual da economia, e falas de dirigentes do Fed sugerem que um corte de juros em dezembro é praticamente inevitável. Segundo o CME FedWatch, a probabilidade de um corte de 25 pontos-base na quarta-feira gira em torno de 90%. Ainda assim, os investidores preferem aguardar sinais mais claros sobre a trajetória dos cortes antes de abrir novas posições, o que mantém o movimento do AUD/USD relativamente contido. O mercado seguirá atento às novas projeções econômicas e às declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, na coletiva após a decisão.
Enquanto isso, os dados da balança comercial da China também influenciaram o dólar australiano e o AUD/USD. O cenário fundamental permanece favorável ao risco, o que sugere que eventuais recuos mais acentuados tendem a ser vistos como oportunidades de compra, com correções provavelmente limitadas.
Sob a ótica técnica, o rompimento das médias móveis simples de 100 e 200 períodos no gráfico de 4 horas, ocorrido na semana passada, reforça o viés altista. Os osciladores nesse timeframe seguem em território positivo. No gráfico diário, os indicadores também apontam para alta, embora o Índice de Força Relativa (RSI) esteja se aproximando da zona de sobrecompra, o que sugere possibilidade de uma correção pontual.
A resistência mais próxima está na máxima mensal em torno de 0,6650, seguida por 0,6660. O suporte imediato aparece em 0,6620, depois em 0,6610, antes do nível psicológico de 0,6600. Ainda assim, enquanto os osciladores permanecerem positivos, o caminho de menor resistência segue sendo para cima.