Pedro Sánchez, o primeiro-ministro espanhol, pediu à União Europeia que abandone seus planos de impor tarifas sobre veículos elétricos chineses, defendendo uma reavaliação da abordagem do bloco para evitar uma guerra comercial com a China, que poderia ter consequências globais significativas.
Sánchez acredita que um conflito comercial com Pequim não beneficiará a Europa. Portanto, ele solicita às autoridades da UE que reconsiderem sua posição sobre as tarifas propostas de até 36% sobre veículos elétricos chineses e argumenta que as tarifas atuais sobre equipamentos importados da China também devem ser reavaliadas.
“Não precisamos de outra guerra, neste caso, uma guerra comercial. A UE e a China precisam se conectar”, disse Sánchez. Ele acrescentou que a Espanha pretende adotar uma abordagem construtiva e tentar chegar a uma solução ou acordo com a China e a Comissão Europeia.
A União Europeia iniciou uma investigação antissubsídios sobre as importações de veículos elétricos da China, alegando que os fabricantes chineses estão inundando o mercado europeu com produtos baratos e se beneficiando injustamente de subsídios governamentais. Especialistas acreditam que essa investigação pode resultar em tarifas que variam de 17,4% a 37,6%.
Em resposta, Pequim criticou as ações da UE e previu medidas de retaliação. Analistas sugerem que a China pode iniciar investigações antidumping sobre exportações europeias de produtos lácteos, conhaque e carne suína, embora nenhuma contramedida oficial tenha sido divulgada. Isso poderia prejudicar economias como a da Espanha, grande exportadora de carne suína.
À medida que as tensões aumentam, a situação econômica global também se deteriora. Segundo Cui Hongjian, professor da Academia de Governança Regional e Global da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, uma guerra comercial entre a China e a União Europeia pode começar já em novembro de 2024.