O mercado financeiro reagiu de forma exageradamente inesperada após a vitória de Donald Trump, impulsionando a negociação de opções de moedas a níveis recordes. A Bloomberg, uma das principais fontes de informação financeira global, reportou que o volume de opções atingiu um novo pico logo após a eleição do candidato republicano à presidência dos EUA.
Investidores se apressaram em apostar na valorização do dólar americano, confirmando as previsões dos analistas. Nordine Naam, um respeitado analista de moedas da Natixis, destaca: "O dólar deve se fortalecer em relação à maioria das moedas ao longo deste mês", especialmente em meio às tensões comerciais e à possibilidade de medidas para estimular a economia dos EUA.
Estima-se que, na data da vitória de Trump, mais de US$ 160 bilhões em contratos de opções foram negociados, marcando o maior volume diário desde 2013, segundo a Depository Trust & Clearing Corporation (DTCC). A negociação de opções de euro foi quatro vezes maior que a média, enquanto a plataforma EBS registrou volumes recordes para o yuan chinês, revelando o apetite por ativos atrelados à moeda americana.
A vitória de Trump provocou uma escalada que levou o dólar a novos patamares de valorização. Analistas atribuem essa alta à expectativa de políticas econômicas agressivas – como cortes de impostos e tarifas comerciais – que podem acelerar a inflação, forçando o Federal Reserve a manter as taxas de juros em níveis elevados por mais tempo.
Além disso, representantes do CME Group, renomada bolsa de produtos financeiros, relataram um aumento expressivo nos volumes de negociação de câmbio. Em 6 de novembro, o volume de transações em produtos cambiais superou os US$ 275 bilhões, mais que o dobro da média diária de outubro de 2024. Entre os pares com maior atividade estão o peso mexicano e o euro, demonstrando a intensidade das apostas do mercado.
O euro, por outro lado, foi um dos grandes perdedores após a eleição. As tarifas comerciais planejadas pela Casa Branca podem impactar negativamente o crescimento econômico da zona do euro, afetando setores-chave como manufatura e exportações, e intensificando as dificuldades econômicas já enfrentadas na região. Especialistas alertam que, diante desse cenário, o Banco Central Europeu pode precisar cortar as taxas de juros de forma ainda mais agressiva que a Reserva Federal.