A economia chinesa está prestes a atingir um marco histórico. Segundo a Bloomberg, o superávit comercial da China poderá alcançar um recorde impressionante em 2024, o que pode desencadear novos conflitos com as maiores economias do mundo.
Caso a previsão se concretize, Pequim poderá enfrentar tensões significativas, especialmente com o recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump. Esse cenário aprofundaria os desequilíbrios comerciais globais, alimentando preocupações em várias frentes.
De acordo com a Bloomberg, se o ritmo atual de crescimento for mantido, a diferença entre exportações e importações da China poderá atingir a marca de US$ 1 trilhão. Esse número alarmante já está gerando reações entre especialistas.
Nos primeiros dez meses de 2024, o superávit comercial chinês somou US$ 785 bilhões, o maior já registrado. "Com os preços das exportações chinesas ainda em queda, o crescimento do volume de exportações foi enorme", explicou Brad Setser, membro sênior do Council on Foreign Relations. "A história geral é de uma economia que está novamente crescendo com base nas exportações", acrescentou.
Para compensar a demanda interna enfraquecida, as autoridades chinesas têm apostado cada vez mais nas exportações. No entanto, as políticas de estímulo adotadas até o momento têm mostrado resultados modestos, sem reverter a situação.
Essa dependência desequilibrada das exportações está causando desconforto em várias nações. Há temores de que o novo governo dos EUA recorra a tarifas para conter o fluxo de produtos chineses. Além disso, países da América do Sul à Europa já implementaram barreiras comerciais contra itens como aço e veículos elétricos provenientes da China.
Enquanto isso, as empresas estrangeiras estão retirando seus investimentos do país. Dados indicam que, nos primeiros nove meses de 2024, o investimento estrangeiro direto na China sofreu uma queda expressiva. Caso essa tendência persista, o país poderá enfrentar a primeira fuga de capital em larga escala desde que os registros começaram, em 1990.