A influência de Donald Trump, presidente eleito, é inegável, impactando amplamente diversos aspectos da vida nos Estados Unidos. Loretta Mester, ex-funcionária do Fed, compartilha dessa visão, destacando que, em 2025, o banco central americano poderá reduzir as taxas de juros menos do que se esperava anteriormente, dependendo da implementação dos planos tarifários globais de Trump.
Para Mester, a perspectiva do Fed deve se alinhar aos planos fiscais do governo republicano, o que levou os participantes do mercado a prever menos cortes nas taxas de juros.
“No próximo ano, o ritmo dos cortes será afetado pela visão que eles têm da política fiscal”, afirmou Loretta Mester durante um painel na Conferência Europeia anual do UBS, em Londres.
Após a vitória de Trump nas eleições, os mercados ajustaram suas projeções para a redução das taxas, refletindo um pessimismo crescente em relação às propostas tarifárias e seus potenciais impactos na economia global.
Durante sua campanha, Trump prometeu intensificar a guerra comercial com a China, iniciada em seu primeiro mandato, e mencionou a possibilidade de impor tarifas de 10% a 20% sobre todas as importações, além de taxas de 60% a 100% sobre produtos chineses. Economistas alertam que essas tarifas, se implementadas, poderão gerar consequências adversas de grande impacto.
As projeções atuais apontam que o Fed deve cortar 50 pontos-base no início de 2025 e mais 25 no segundo semestre. Isso levaria a taxa dos fundos federais para algo entre 3% e 3,25% ao fim do ano. Essa estimativa está ligeiramente abaixo das projeções do “dot plot” do banco central norte-americano.
Mester prevê menos de quatro cortes nas taxas ao longo de 2025, mas ressalta que “ainda há potencial para que o banco faça cortes em sua próxima reunião, em dezembro”.
No curto prazo, analistas e participantes do mercado aguardam a reação do Fed às propostas fiscais do governo Trump. Segundo Mester, o banco central pode precisar revisar suas previsões, mas os detalhes sobre os impactos do pacote fiscal na política monetária só devem surgir no início de 2025.
A ex-funcionária do Fed conclui que a política econômica não será definida apenas pelas tarifas. Questões como imigração, impostos e gastos públicos também desempenharão um papel crucial. Em meio às incertezas fiscais, o equilíbrio entre as políticas de Trump e as ações do Fed será determinante para o rumo da economia global nos próximos anos.