O euro enfrenta dificuldades para se manter estável. A moeda única continua perdendo valor em relação ao dólar e tem poucas chances de recuperação no curto prazo. De acordo com a Bloomberg, o euro corre novamente o risco de desvalorização, podendo atingir a paridade com o dólar americano.
A agência de notícias informa que a última vez que essas duas moedas atingiram a proporção de 1:1 foi em 2022, após o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Agora, os analistas temem uma repetição desse cenário, já que a economia europeia continua sendo pressionada pela possibilidade de imposição de tarifas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Enquanto isso, o comércio entre os EUA e a UE segue estável. Os EUA importam uma grande variedade de produtos europeus, de carros a produtos químicos domésticos, segundo a Bloomberg.
Os distúrbios políticos na França e na Alemanha estão alimentando ainda mais esse cenário. Nesse contexto, o clima de investimento se deteriorou e as economias desses países enfrentam dificuldades. Os governos da França e da Alemanha têm a difícil tarefa de minimizar ou resolver os problemas estruturais que estão impedindo o crescimento econômico.
Ao mesmo tempo, a demanda global por ativos denominados em dólares está aumentando. Traders e investidores estão antecipando o crescimento econômico e o aumento dos lucros corporativos sob a administração de Trump. Após as eleições nos EUA, dez grandes bancos divulgaram suas previsões de baixa para a moeda única europeia. Nesse cenário, alguns analistas temem que o euro possa até cair abaixo da paridade com o dólar americano. Isso provocaria uma alta volatilidade da moeda única, aumentando o risco de alguns países da zona do euro abandonarem esse instrumento de pagamento a longo prazo.
Vale destacar que especialistas consideraram novembro como o pior mês para o euro em 2024. A moeda se enfraqueceu em relação ao dólar em quase 3%, caindo para o nível mais baixo em dois anos. Esse movimento impactou negativamente os setores da economia europeia que dependem fortemente das receitas oriundas dos EUA, especialmente em meio aos temores de possíveis tarifas de importação.