A economia da França enfrenta sérios desafios. A agência internacional de classificação de risco Moody's rebaixou a classificação de crédito do país de "Aa2" para "Aa3" e revisou a perspectiva de "estável" para "negativa". Essa decisão reflete um cenário de crescente instabilidade econômica, agravado pela fragmentação política interna. A Moody's aponta como "muito baixa" a probabilidade de uma redução estável do déficit orçamentário, que está projetado para atingir 6,3% do PIB no próximo ano, enquanto a dívida nacional do país pode chegar a 120% do PIB até 2027, comparado aos atuais 113,3%.
A crise econômica se agrava ainda mais devido à instabilidade política. O parlamento francês emitiu um voto de desconfiança contra o gabinete do primeiro-ministro Michel Barnier após ele tentar aprovar as seções sociais do orçamento de 2025 sem a devida aprovação do parlamento. Essa tentativa de reequilibrar as contas por meio de um aumento de impostos também gerou tensões. Embora a medida tenha sido tomada com a intenção de conter o déficit, sua eficácia é questionada, uma vez que o clima de incerteza política pode dificultar sua implementação.
O presidente Emmanuel Macron, diante dessa crise, nomeou François Bayrou, líder do partido centrista Movimento Democrático, como novo primeiro-ministro. No entanto, sua capacidade de implementar reformas econômicas significativas é limitada pela forte resistência da maioria da Assembleia Nacional, composta por formuladores de políticas de esquerda. Essa falta de apoio pode agravar ainda mais a situação fiscal do país, ampliando as incertezas sobre o futuro econômico da França.
A Moody's, com sua avaliação do risco de crédito, desempenha um papel crucial em influenciar a percepção internacional sobre a economia francesa. As classificações de crédito afetam diretamente a confiança dos investidores, podendo resultar em custos mais altos para a dívida pública e dificultando ainda mais a recuperação fiscal. A situação é crítica, e a agência pediu uma “resolução urgente” da questão orçamentária para evitar um agravamento da crise financeira.
Com a dívida pública em crescimento e a instabilidade política ameaçando a governabilidade, a França enfrenta um cenário de grande incerteza. O sucesso do novo primeiro-ministro dependerá de sua capacidade de promover reformas econômicas e construir alianças políticas em um momento crítico para o país.
