A economia europeia está entrando em uma fase desafiadora, conforme destacado pelos analistas do Goldman Sachs. Eles preveem que 2025 será mais um período difícil para a região. O tempo dirá se suas previsões se confirmarão.
O banco aponta diversos fatores que contribuem para a esperada desaceleração do crescimento. No topo da lista estão os impactos das tarifas comerciais planejadas pelo recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump, além de problemas estruturais no setor de manufatura da região e o prolongado aperto fiscal na zona do euro.
O Goldman Sachs projeta que a economia europeia crescerá 0,8% este ano, enquanto o Reino Unido deve registrar uma expansão de 1%. Estimativas preliminares indicam que ambos os números ficarão abaixo das previsões consensuais.
Os especialistas observaram que, em 2024, o mercado de trabalho da zona do euro mostrou maior resiliência do que o esperado. No entanto, o crescimento dos salários na União Europeia desacelerou, embora essa desaceleração seja considerada temporária.
A inflação subjacente na zona do euro registrou uma queda significativa no outono de 2024, o que levou o Banco Central Europeu (BCE) a reduzir as taxas de juros em 100 pontos-base ao longo do ano. Para 2025, os estrategistas cambiais do Goldman Sachs preveem novos cortes de 25 pontos-base nas taxas, que podem atingir 1,75% até julho. Os analistas sugerem que ainda há margem para cortes mais agressivos caso as condições econômicas se deteriorem.
No Reino Unido, o cenário econômico é relativamente mais favorável. O crescimento dos salários e a inflação no setor de serviços permaneceram robustos. Diante desse panorama, o Banco da Inglaterra tem adotado uma postura cautelosa, evitando movimentos drásticos nas taxas de juros. No último ano, houve apenas duas reduções. Contudo, mudanças podem estar a caminho. O Goldman Sachs prevê cortes trimestrais adicionais, uma vez que o arrefecimento do mercado de trabalho contribua para a queda do núcleo da inflação além do esperado.
Os especialistas destacam que o ano passado foi fraco em termos de crescimento econômico, tanto para a zona do euro quanto para o Reino Unido. No início de 2024, a atividade econômica parecia promissora, com aumento da renda real e melhora nas condições financeiras, trazendo esperanças de recuperação. Contudo, essas expectativas rapidamente se dissiparam.
A partir de meados de 2024, o crescimento econômico na União Europeia e no Reino Unido tornou-se negativo. Os consumidores adotaram uma postura mais cautelosa, os preços da energia subiram, e a concorrência da China se intensificou. Como resultado, o desempenho econômico na zona do euro e no Reino Unido ficou atrás do dos EUA, e recuperar esse atraso agora parece um desafio significativo.