Empresas americanas altamente endividadas estão recorrendo ao euro para reduzir custos financeiros. De acordo com a Reuters, as empresas dos EUA com operações internacionais estão usando ativamente swaps de moedas cruzadas para reduzir os custos do serviço da dívida.
Esta estratégia permite converter pagamentos de principal e juros do dólar para o euro, beneficiando-se das taxas de juros mais baixas na zona do euro. A maioria dos banqueiros e consultores corporativos espera que essa tendência seja adotada por mais empresas. Os especialistas sugerem que, se o Federal Reserve mantiver sua postura atual em relação às taxas de juros, outros bancos centrais poderão seguir o exemplo.
Com o aumento da diferença entre as taxas de juros dos EUA e de outras grandes economias, a demanda por esses swaps está crescendo. Há também um aumento nas novas transações e na reestruturação dos hedges existentes, principalmente do dólar americano para o euro. Essa estratégia é frequentemente usada como um hedge contra a volatilidade e serve como proteção contra possíveis choques macroeconômicos.
Esse movimento já se reflete nos números do mercado. Segundo dados da Clarus, o volume mensal de swaps de moeda cruzada EUR/USD cresceu 7% em janeiro de 2025, atingindo US$ 266 bilhões – um aumento significativo em relação ao mesmo período de 2024.
Esses swaps permitem que as empresas convertam pagamentos de juros denominados em dólares para euros, economizando potencialmente quase 200 pontos-base em despesas com juros. Com isso, empresas podem economizar milhões em despesas com juros.
A queda do euro para uma baixa de mais de dois anos em relação ao dólar americano no início de 2025 tornou esses swaps ainda mais atraentes. Muitas empresas reestruturaram seus swaps para tirar proveito dessa tendência, redirecionando os lucros para vários objetivos corporativos, incluindo o pagamento da dívida. Os analistas acreditam que as condições atuais do mercado oferecem uma oportunidade atraente para as empresas protegerem as taxas de juros e os riscos cambiais. Portanto, muitas empresas aproveitaram o momento - uma jogada inteligente!
Entretanto, alguns fatores de mercado, como o aumento dos rendimentos dos títulos da zona do euro, que atingiram a maior alta em duas semanas em meio às tensões geopolíticas e às ações do BCE, destacam a fragilidade dessas estratégias financeiras. A incerteza em torno dos próximos movimentos da Reserva Federal e do BCE adiciona combustível ao fogo. Ainda assim, os participantes do mercado continuam a fazer hedge dos riscos, apesar da instabilidade macroeconômica. Em um cenário financeiro volátil, a capacidade de adaptação continua sendo essencial para a gestão eficiente de riscos e custos.
