Um pouso suave ainda é o cenário mais provável para a economia dos Estados Unidos, mas os riscos de recessão e estagflação estão ganhando força, espreitando como predadores à espreita. De acordo com analistas do Wells Fargo, esta é a primeira vez desde 2022 que o panorama de riscos sofre uma mudança tão acentuada.
Em seu relatório mais recente, o banco aponta que, no primeiro trimestre de 2025, a probabilidade de um pouso suave caiu para 40%, ante os 44% observados anteriormente. Ao mesmo tempo, as chances de uma recessão e de um cenário de estagflação subiram para 27% e 28%, respectivamente.
Embora essa mudança ainda não represente um motivo imediato de alarme, os analistas alertam que a tendência merece atenção. A recomendação é acompanhar de perto a evolução da situação nos próximos trimestres, especialmente se os riscos de estagflação ou recessão continuarem em trajetória ascendente.
O horizonte permanece obscurecido pela incerteza em torno da política comercial dos EUA. Diante desse cenário, o Wells Fargo projeta uma leve redução nas tarifas atualmente em vigor, com estabilização em torno de 15% até 2026. Ainda assim, a possibilidade de um choque estagflacionário moderado não pode ser descartada.
As projeções para o crescimento do PIB em 2025 indicam um percurso irregular, impactado pela desaceleração tanto no consumo das famílias quanto nos investimentos empresariais. Esse padrão de crescimento desigual deve persistir pelo menos até o início do segundo trimestre. Caso as tarifas se mantenham elevadas, as pressões inflacionárias podem se intensificar, elevando significativamente o risco de recessão ou estagflação.
O Wells Fargo também alerta que o Federal Reserve pode não ser capaz de proteger totalmente a economia contra os choques derivados da política tarifária. Com os riscos de recessão e estagflação ganhando força, a recomendação é que investidores e formuladores de políticas acompanhem atentamente os principais indicadores macroeconômicos nos próximos trimestres.
