Transformações significativas estão em curso, tanto na economia americana quanto na global. Segundo analistas da BCA Research, a estratégia mais eficaz para reformular a economia dos Estados Unidos — e, por extensão, a economia mundial — seria uma combinação ousada de aumento de impostos com cortes de gastos. Uma mistura arrojada, sem dúvida.
Embora o presidente Donald Trump ocasionalmente adote um discurso favorável a tributar mais os mais ricos, a concretização dessa proposta ainda é incerta. Os analistas da BCA observam que, embora uma reforma fiscal desse tipo possa representar o caminho mais seguro para o futuro, os republicanos atualmente não dispõem de votos suficientes para aprová-la. Assim, grandes elevações de impostos e um ajuste fiscal mais profundo parecem pouco prováveis no momento.
O cenário político torna ainda mais complexa a implementação de reformas dessa natureza. Além disso, a ampla estratégia fiscal de Trump dificilmente resultará em uma redução do déficit. De acordo com a BCA Research, o principal pacote legislativo do presidente deverá consolidar um déficit orçamentário federal expressivo, variando entre 7% e 8% do PIB.
Os analistas acrescentam que, embora as tarifas possam gerar uma contração de cerca de 1% do PIB no curto prazo, um chamado “impulso fiscal” pode emergir até 2026, com potencial de adicionar até 1,7% ao PIB.
A BCA conclui que as perspectivas econômicas no curto prazo devem enfrentar ventos contrários — com tarifas em alta e rendimentos dos títulos subindo —, mas ainda assim considera provável a aprovação de alguma versão do pacote fiscal de Trump. No entanto, advertem: embora essas políticas possam ampliar o déficit, é mais provável que gerem atritos econômicos do que resultem em uma reforma estrutural significativa.
