O tão anunciado smartphone dourado de Donald Trump, avaliado em US$ 499 e batizado de TrumpPhone, pode não sair do papel tão cedo. Segundo análises da imprensa econômica dos EUA, o lançamento, previsto para agosto de 2025, enfrenta obstáculos técnicos e logísticos que tornam o cronograma cada vez mais improvável.
Embora o ex-presidente tenha prometido um aparelho “fabricado nos Estados Unidos”, especialistas apontam que o T1 — como é chamado o modelo — deverá ser projetado e montado na China. E os Estados Unidos? Os consumidores verão apenas um rótulo na embalagem? Bem, a promessa de uma produção 100% americana pode se resumir, na prática, apenas ao selo na caixa.
A Trump Organization chegou a apresentar um protótipo do T1 com acabamento dourado e especificações ambiciosas: mais memória RAM que o iPhone, bateria de maior duração, câmera superior, entrada para cartão microSD, conector para fones de ouvido e leitor biométrico embutido. O sistema operacional será baseado no Android.
Apesar do discurso patriótico, analistas acreditam que empresas chinesas como Xiaomi ou Oppo estejam por trás do desenvolvimento e da fabricação do dispositivo. A alegação de que o celular será montado em estados como Alabama, Califórnia e Flórida é vista com ceticismo por especialistas do setor.
Jeff Fieldhack, diretor de pesquisa da Counterpoint Research, resumiu o impasse ao afirmar que, no momento, não existe infraestrutura nos Estados Unidos capaz de produzir smartphones em escala industrial.
De fato, quase todos os componentes essenciais — chips, telas, sensores — são fabricados na China, Coreia do Sul e Japão.
A ideia de trazer a produção de volta ao território americano ganhou força após Trump sugerir tarifas sobre smartphones importados. Embora essas tarifas ainda não tenham sido implementadas, o ex-presidente já pressionou a Apple a fabricar seus iPhones nos EUA, criticando a dependência da cadeia produtiva asiática.
No entanto, especialistas alertam: produzir celulares em solo americano exigiria anos de investimentos em infraestrutura e encareceria drasticamente os aparelhos. Por ora, o TrumpPhone permanece como um projeto ambicioso, mas distante da realidade industrial dos EUA.