O ouro iniciou a sessão de segunda-feira na Ásia com a confiança de uma estrela do tapete vermelho — calmo, seguro e estabelecendo um novo recorde histórico. O metal precioso subiu para US$ 4.070,29 por onça, registrando uma alta de 1,3% e se aproximando do marco simbólico de US$ 4.100. Os futuros nos EUA acompanharam o movimento, alcançando US$ 4.089,45.
A prata, normalmente mais discreta no mercado de metais, também se destacou, saltando 2,4%, para US$ 51,70 por onça, acompanhando o rali do ouro.
O movimento de alta começou na sexta-feira à noite, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, retomou velhos temas de atrito comercial, prometendo tarifas de até 100% sobre importações chinesas e sugerindo restrições mais rigorosas às exportações. Esse anúncio aumentou imediatamente a procura por ativos de refúgio, refletindo a cautela dos investidores diante de novas tensões comerciais.
Durante o fim de semana, Trump tentou acalmar os mercados, pedindo moderação na reação à situação com a China. No entanto, a confiança na estabilidade política de Washington permaneceu frágil, mantendo o clima de incerteza. Pequim, por sua vez, respondeu com contenção, mas firmeza, deixando claro que não pretende recuar. Em meio a esse cenário diplomático tenso, o ouro se destacou como o único ativo que parecia se beneficiar do aumento das incertezas.
O metal amarelo acumula agora mais de 50% de valorização no ano. Não é surpresa: os investidores estão fugindo da incerteza e se voltando para um ativo comprovadamente seguro ao longo dos milênios. Esse movimento é reforçado pelas expectativas de cortes de juros e pelas compras contínuas de bancos centrais, que continuam a sustentar o rali. Com as ações sob pressão e a instabilidade geopolítica em crescimento, o ouro faz o que sabe melhor — subir.A ascensão do ouro também colocou outros metais industriais em destaque. A platina avançou quase 3%, para US$ 1.669,60 por onça, enquanto os preços do cobre subiram 1,5% em Londres e 1,7% nos EUA, atingindo US$ 10.572,75 por tonelada métrica e US$ 4,98 por libra.
O impulso desses ganhos foi reforçado por dados comerciais surpreendentemente fortes da China. Tanto exportações quanto importações superaram as expectativas, mostrando que a segunda maior economia do mundo continua resiliente, mesmo diante das ameaças de tarifas.