O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, trouxe um tom de otimismo cauteloso ao afirmar que um descongelamento nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a China ainda é possível, descrevendo o impasse não como uma disputa de poder, mas como um “piquenique conjunto sob as estrelas”. Ao solicitar reciprocidade por parte de Pequim, Bessent deixou claro que Washington ainda dispõe de “diversas alavancas de pressão”, lembrando que os EUA sabem como mostrar os dentes quando necessário.
Apesar das tensões elevadas, Bessent ressaltou que os Estados Unidos mantêm todas as opções sobre a mesa para evitar que Pequim saia em vantagem. A resposta chinesa foi rápida: documentos divulgados sugerem controles mais rígidos sobre a exportação de metais raros, um lembrete de que as cadeias de suprimento críticas permanecem uma poderosa moeda de negociação estratégica.
Ainda assim, Pequim parece atuar no longo prazo. As autoridades evitaram inflamar o discurso, indicando que a China não busca uma guerra econômica aberta, mas também não pretende demonstrar fraqueza. O resultado é um cenário de movimentos calculados, que se assemelha mais a uma partida de xadrez geopolítica do que a uma guerra comercial, com ambos os lados tentando conquistar uma posição mais vantajosa, enquanto os investidores buscam oportunidades para lucrar com as oscilações do tabuleiro.
Relatórios recentes apontam que ambos os países consideram reduzir as tarifas recíprocas em até 80% a 90%, medida que poderia abrir caminho para uma “trégua funcional”. Os mercados reagiram positivamente: ações de gigantes globais como Amazon, Tesla, Apple e Nvidia subiram entre 5% e 9%, enquanto a demanda por ativos de refúgio, como ouro e petróleo, diminuiu.
