A prata atingiu um novo recorde histórico, superando o pico registrado em outubro, em meio a uma forte escassez no mercado de Londres. Os preços à vista avançaram 2,6%, rompendo os US$ 54,76 por onça, impulsionados pela expectativa de um corte de juros pelo Federal Reserve em dezembro, pelo robusto fluxo de capital para ETFs lastreados em prata e por um persistente déficit de metal físico.
A sessão de sexta-feira foi marcada por baixa liquidez e fortes oscilações em ouro e prata após uma falha técnica prolongada na bolsa COMEX, que interrompeu as negociações de futuros. Quando as operações foram retomadas, ficou evidente a fragilidade de um mercado ainda abalado pelo choque de outubro — quando a escassez aguda em Londres levou os preços a dispararem acima dos níveis observados em Xangai e Nova York. A entrega de quase 54 milhões de onças ajudou a aliviar parcialmente a pressão, mas o mercado segue apertado, com as taxas de empréstimo mensal de prata permanecendo muito acima dos padrões normais.
O desvio de metal para Londres deixou outras regiões com estoques reduzidos. As reservas da Shanghai Futures Exchange caíram ao menor nível desde 2015, reforçando o desequilíbrio global entre oferta e demanda. Diante desse cenário, operadores avaliam a possibilidade de novas tarifas. Em novembro, o Serviço Geológico dos EUA classificou a prata como um mineral crítico, adicionando mais tensão ao mercado. Desde o início de outubro, cerca de 75 milhões de onças foram retiradas dos armazéns da COMEX, um sinal claro de que o metal físico está se tornando um recurso escasso.
O mercado permanece sustentado pela oferta limitada, por interrupções técnicas e pelo crescente interesse dos investidores em ativos tangíveis. E, pelos movimentos atuais, a prata não demonstra qualquer sinal de abrir mão da liderança nessa corrida pequena, porém extremamente dinâmica.
