Ontem, o Banco do Japão iniciou uma reunião de política monetária de 2 dias. Como era de se esperar, o órgão regulador decidiu manter sua política monetária ultra-suave inalterada.
Apesar da recente queda do iene para um mínimo de 20 anos em relação ao dólar americano, o BoJ não seguiu a tendência geral de aperto da política monetária. Enquanto muitos dos bancos centrais do mundo estão mudando para uma postura de gavião, o regulador japonês deixou a taxa chave em um nível baixo.
Aparentemente, o Banco do Japão continuará a manter os rendimentos de 10 anos em torno de zero. Para conter um aumento nas taxas de juros de longo prazo, o BOJ compra uma quantidade ilimitada de títulos do governo a 10 anos.
Assim, as autoridades pretendem estimular a economia, que ainda não se recuperou totalmente da crise do coronavírus. As autoridades do BOJ acreditam que estas medidas ajudarão a manter a estabilidade do mercado.
A decisão de controlar a curva de juros foi tomada quase unanimemente. Apenas um dos oito membros da diretoria do Banco do Japão se opôs a ela.
Como resultado, os traders estavam prontos para este cenário e as decisões do BoJ correspondiam com as previsões. Muitos analistas previam tal cenário, dada a taxa de inflação no Japão.
De acordo com os últimos dados, o índice de preços ao consumidor no país é de 1,2%, o que representa uma alta de 3 anos. Entretanto, ele é muito inferior à meta de 2%.
O governador do BoJ, Haruhiko Kuroda, declarou repetidamente que o regulador irá aderir a uma abordagem ultra-suave até que o IPC aumente acima de 2%.
Após o BOJ anunciar sua decisão sobre a taxa chave, os títulos do governo japonês mergulharam para baixo. O iene também caiu drasticamente em relação ao dólar americano.
Esta manhã, o par USD/JPY quase tocou o nível psicologicamente importante de 130, atingindo uma alta de 20 anos.
Os analistas calculam que na quinta-feira, a divisa americana subirá significativamente contra o iene e seus outros principais rivais. Além disso, seu crescimento poderia ser facilitado por novos relatórios econômicos.
Os EUA vão revelar o Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal Básico. O indicador deverá crescer para 5,4% contra a estimativa anterior de 5%.
Se o índice subir consideravelmente, será mais um sinal para que o Fed adote uma abordagem mais agressiva das taxas de juros.
Esta semana, a posição do Fed foi o principal catalisador para uma recuperação do dólar americano. Assim, ontem, o índice do dólar americano subiu para uma alta de 5 anos de 103,30.
