A queda do euro para um mínimo de cinco anos reaviva a possibilidade de a moeda atingir a paridade em relação ao dólar pela primeira vez em duas décadas, pois os temores de uma recessão na zona do euro incentivam os investidores a fazer apostas em baixa. A ação da Rússia de cortar o fornecimento de gás à Bulgária e à Polônia foi o golpe mais recente para a moeda, que já está sob a pressão dos ventos contrários de um dólar em alta e restrições generalizadas na China, o principal mercado de exportação do bloco. De acordo com Kaspar Hense, gerente sênior de carteira da Bluebay Asset Management com sede em Londres, Reino Unido, o embargo ao petróleo e gás russo poderia levar a economia europeia à recessão mais cedo do que o esperado. Os dados sobre a Alemanha, a maior economia da zona do euro, mostraram que a confiança dos consumidores está em um nível mais baixo de todos os tempos e que o governo reduziu drasticamente suas previsões de crescimento para 2022.
O Banco Central Europeu pode aumentar as taxas de juros em 80 pontos-base este ano.
Isto porque os mercados estão prontos para um aperto muito mais agressivo por parte da Reserva Federal dos EUA. Os mercados monetários estão em busca de um aumento de 1% nas taxas nos EUA nas próximas duas reuniões, mas as taxas de juros do BCE, que estão atualmente em -0,50%, não subirão para os níveis dos EUA neste ano ou no próximo. De acordo com Craig Inches, chefe de taxas da Royal London Asset Managemen, a zona do euro está realmente falando apenas em retirar a taxa de depósito do território negativo e possivelmente voltar ao território ligeiramente positivo até o final do ano. Isso significa que a moeda europeia está se depreciando. Craig Inches enfatizou que a queda do euro em relação às moedas dos parceiros comerciais era preocupante para os investidores em títulos, pois poderia exacerbar e deixar a inflação em 7,4%. Os investidores são compensados em títulos de longo prazo dado o risco de inflação futura? Por exemplo, os títulos alemães a 10 anos fizeram pouco sentido com rendimentos inferiores a 1%.
