De acordo com o relatório de trabalho, a economia americana acrescentou 315.000 novos empregos em agosto, superando a previsão de 300.000 empregos e a leitura revisada para baixo para julho de 526.000. A taxa de desemprego subiu de 3,5% para 3,7%.
O mercado acionário americano caiu na sexta-feira, quando o rendimento do Tesouro americano subiu com base na suposição de que a Reserva Federal dos EUA manterá sua política monetária atual. Seu principal objetivo é combater a inflação agora, enquanto a economia ainda está forte e o mercado de trabalho é robusto e trazê-la de volta à meta de 2%. Contra este cenário, o dólar americano continua sua recuperação em relação a outras moedas importantes. A única moeda a resistir à pressão é o rublo russo, que é apoiado por medidas rígidas de controle, baixa dívida pública, estabilidade econômica mesmo em meio a sanções ocidentais e, é claro, altos preços para os recursos energéticos.
Apesar de todos os anúncios feitos pelo Fed e pelo próprio Jerome Powell, os mercados parecem duvidar que o regulador acabará por continuar seu aperto agressivo. A situação atual se assemelha à de 2013, quando o Fed "piscou", como dizem os traders. Naquela época, ele atrasou as medidas agressivas e atendeu às necessidades do mercado. Muito provavelmente, alguns participantes do mercado ainda esperam por tal cenário quando o Fed piscar e adiar os aumentos das taxas. Por exemplo, após um aumento das taxas de 0,75% ou 0,50%, como muitos traders esperam, o regulador dos EUA anunciará que o ritmo de aumento das taxas pode cair para 0,25% nas próximas reuniões.
No entanto, acho que não é uma boa ideia comparar as situações em 2013 e em 2022. A razão por trás da inflação sem precedentes de hoje está na crise do coronavírus na Europa e nos Estados Unidos e nas medidas de estímulo massivo que realmente levaram a um excesso de liquidez na economia. Além disso, o fator geopolítico e o impasse entre a Rússia e o Ocidente causaram um duro golpe na Europa devido ao aumento dos preços dos alimentos e da energia.
Portanto, é provável que a Reserva Federal continue comprometida com seu objetivo de um aumento agressivo das taxas. A reunião de setembro será fundamental neste caso. Se a taxa subir 0,75% como esperado e Powell confirmar mais aumentos, então os mercados poderão enfrentar outra onda maciça de vendas e um voo para o dólar americano.
Quanto ao mercado de divisas, seu estado dependerá de importantes indicadores de produção e decisões de taxas de bancos centrais como o Banco Central da Austrália, o Banco do Canadá e o Banco Central Europeu. Além disso, os mercados prestarão atenção ao que Christine Lagarde, Jerome Powell, e alguns funcionários do Fed vão dizer esta semana. A semana promete ser tensa e altamente volátil. No entanto, o foco principal dos investidores será nos planos futuros do Fed. Qualquer indício de que o regulador não vai mudar sua política vai fazer o mercado acionário cair e o dólar americano subir.
Previsão diária:
EUR/USD
O par encontrou suporte no nível de 0,9900. Pode haver um ligeiro movimento de alta antes da reunião do BCE onde a expectativa é que o regulador aumente a taxa em 0,50% ou mesmo 0,75%. O mercado acionário europeu também pode fornecer algum apoio ao par, já que os volumes de negociação estão baixos hoje devido a um feriado público nos EUA. Se assim for, o par pode avançar para 0,9975.
WTI bruto
O petróleo bruto WTI está sendo negociado abaixo da marca de 89,00 dólares por barril. A cotação pode ultrapassar este nível em meio a expectativas de que o fornecimento de gás para a Europa será retomado e a OPEP+ manterá sua política anterior. Se assim for, a WTI poderá atingir 91,00 dólares por barril.
