Hoje, o ouro está se consolidando perto da alta de sexta-feira.
Ao mesmo tempo, o dólar dos E.U.A. está começando a nova semana com ganhos moderados, recuperando-se parcialmente das perdas de sexta-feira, desencadeadas por dados de emprego dos E.U.A. mais fracos do que o esperado. O relatório de empregos, que ficou abaixo das previsões, reforçou as expectativas de que o Federal Reserve cortará as taxas de juros em sua reunião de setembro. Como resultado, junto com novos anúncios de tarifas, os preços do ouro subiram fortemente.
O relatório de folha de pagamento não agrícola mostrou que apenas 73.000 empregos foram criados em julho — bem abaixo dos 110.000 esperados. Além disso, os números de maio e junho foram revisados para baixo, indicando um resfriamento adicional no mercado de trabalho dos EUA.
Outros indicadores do relatório mostraram que a taxa de desemprego subiu para 4,2% em junho, ante 4,1%, enquanto a taxa de participação da força de trabalho caiu para 62,2%, ante 62,3%. Ao mesmo tempo, os ganhos médios por hora aumentaram de 3,8% para 3,9%. Poucas horas após a divulgação desses dados, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou a demissão do chefe do Bureau of Labor Statistics. Também foi informado que a governadora do Federal Reserve, Adriana Kugler, renunciou ao Conselho do Fed.
Esses acontecimentos ocorrem em meio a uma pressão política crescente sobre o Fed para reduzir as taxas de empréstimos, levantando preocupações sobre a independência do banco central. Esse ambiente pode limitar a valorização do dólar americano e favorecer o ouro como ativo refúgio.
Além disso, Trump ordenou o envio de dois submarinos nucleares para as proximidades das costas russas em resposta à declaração de Dmitry Medvedev de que cada novo ultimato de Trump seria tratado como uma ameaça. Isso aumenta o risco de uma escalada geopolítica adicional, especialmente no contexto do conflito em andamento entre Rússia e Ucrânia. Tal cenário pode se tornar mais um fator de suporte para o ouro.
Enquanto isso, o potencial para uma valorização maior do dólar permanece limitado. Os mercados já precificaram a probabilidade de corte de juros em setembro, criando condições favoráveis para a continuidade do crescimento dos preços do ouro. Além disso, a incerteza contínua nas relações comerciais e o risco de novas tensões geopolíticas continuam a alimentar a demanda por ouro como ativo seguro. No geral, esses fatores aconselham cautela aos traders que apostam em queda de preços ou que adotam posições vendidas agressivas.
Do ponto de vista técnico, a alta de sexta-feira acima do nível de resistência em US$ 3.350 — próximo à média móvel simples (SMA) de 200 dias — favorece os touros. Além disso, os osciladores do gráfico diário permanecem em território positivo, confirmando a perspectiva de alta.
No entanto, um recuo do preço abaixo da SMA de 200 dias no gráfico diário pode atrair compradores por volta do nível de US$ 3.315–3.320. Isso pode ajudar a limitar a queda próximo ao importante nível psicológico de US$ 3.300. Uma quebra abaixo desse nível mudaria a perspectiva em favor dos ursos.