Em 15 de agosto, o mercado acionário dos EUA estendeu sua sequência de ganhos, com os principais índices fechando em leve alta. O S&P 500 avançou 0,03%, o Nasdaq 100 subiu 0,01% e o Dow Jones Industrial Average registrou alta de 0,02%.
Os rendimentos dos Treasuries norte-americanos também tiveram ligeira alta, recuperando parcialmente as perdas após a divulgação de dados de inflação mais fortes, que haviam levado os traders a reduzir as expectativas de um corte de juros pelo Federal Reserve no próximo mês. Já os futuros das ações europeias subiram 0,5% hoje, enquanto os futuros do S&P 500 se aproximaram das máximas recentes. Os preços do petróleo permaneceram estáveis antes da cúpula presidencial EUA–Rússia marcada para esta sexta-feira, no Alasca.
Na Ásia, as ações de Hong Kong recuaram 1% após dados mostrarem que a economia chinesa desacelerou em julho, com a produção industrial e as vendas no varejo mais fracas, evidenciando a crescente pressão da guerra comercial de Donald Trump. Já as ações japonesas avançaram 1,6%, após o país registrar uma expansão econômica acima do esperado no último trimestre.
Nos últimos dias, o apetite por risco vinha sendo sustentado pelas expectativas de afrouxamento monetário nos EUA, com os mercados precificando integralmente um corte de 0,25 ponto percentual. No entanto, após a inflação ao produtor nos EUA acelerar mais do que o previsto em julho, os traders revisaram a probabilidade de um corte de juros em setembro para cerca de 90%, ante expectativa total anteriormente.
Essa mudança pesou sobre os ativos de risco, já que juros mais altos implicam menor liquidez e reduzem a atratividade de ações e outros investimentos de maior risco. O ajuste nas expectativas de corte pelo Fed também fortaleceu o dólar norte-americano, aumentando a pressão sobre mercados emergentes e commodities cotadas na moeda.
O impacto imediato no mercado foi claro: os índices acionários perderam força e os rendimentos dos Treasuries subiram. Os investidores adotaram postura mais cautelosa, realocando portfólios para ativos de refúgio, como ouro e títulos públicos.
Ainda assim, o mercado não deve assumir que os juros serão reduzidos de forma agressiva, considerando as persistentes preocupações com a inflação nos EUA. O Índice de Preços ao Produtor, mais forte do que o esperado — sugerindo que empresas estão repassando aos compradores o aumento dos custos de importação decorrentes das tarifas —, funciona como um sinal de alerta, embora ainda não crítico.
No front geopolítico, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, buscará hoje estreitar laços com Donald Trump. Na quarta-feira, Putin elogiou os esforços de Trump para mediar o fim do conflito na Ucrânia e prometeu cooperação econômica.
Perspectiva técnica para o S&P 500
Para hoje, os compradores devem buscar romper a resistência mais próxima em US$ 6.490, o que abriria caminho para um movimento em direção a US$ 6.505. Retomar o controle acima de US$ 6.520 reforçaria ainda mais o impulso de alta. Caso o apetite pelo risco diminua e o mercado se mova para baixo, os compradores deverão defeder a região de US$ 6.473. Um rompimento abaixo desse nível poderia levar rapidamente o índice a US$ 6.457 e abrir caminho para US$ 6.441.
