O Comitê de Política Monetária votou por 7 a 2, na quinta-feira, pela manutenção das taxas de juros. Swati Dhingra e Alan Taylor, defensores de uma postura mais dovish, apoiaram novo corte de 0,25 ponto percentual. A decisão, já esperada pelos economistas, veio acompanhada de uma votação dividida.
Em comunicado, o Banco da Inglaterra destacou que a inflação segue acima da meta de 2% e ainda há risco de nova aceleração. O regulador também ressaltou estar atento ao mercado de trabalho, onde o aumento dos salários pode alimentar a inflação.
A reação do mercado foi moderada: a libra recuou levemente, enquanto investidores digeriam a manutenção das taxas e a incerteza sobre os próximos passos da política monetária.
O Comitê advertiu que eventuais cortes futuros serão graduais e cautelosos, dependendo do ritmo de desaceleração da inflação subjacente. Acrescentou ainda que os riscos inflacionários no médio prazo permanecem significativos.
"Embora esperemos que a inflação retorne à nossa meta de 2%, ainda não saímos de uma situação difícil", afirmou o presidente Andrew Bailey.
O Banco observou que houve mais progresso na redução das pressões salariais do que na desaceleração dos preços, mas alertou que a recente alta da inflação pode intensificar pressões em ambos os lados.
Essas declarações confirmam o tom mais cauteloso adotado desde a última reunião em agosto, levando traders a reduzirem as apostas em novos cortes. O movimento ocorreu após dados oficiais, divulgados no início da semana, mostrarem que a inflação segue quase o dobro da meta, em meio a sinais de estabilização no mercado de trabalho.
A situação do Reino Unido contrasta fortemente com a do Federal Reserve, que na quarta-feira cortou juros e deve realizar novas reduções em breve. Nesse cenário, o fortalecimento da libra frente ao dólar no médio prazo ainda parece provável.
Quadro técnico do GBP/USD: Compradores precisam recuperar a resistência em 1,3670 para mirar 1,3720, nível considerado difícil de superar. O alvo final está em 1,3773. Em caso de queda, os ursos buscarão retomar o controle em 1,3625. Se houver rompimento desse suporte, os touros sofreriam um duro golpe, empurrando o par para a mínima de 1,3590, com possibilidade de estender até 1,3555.