O relatório do PIB dos EUA divulgado ontem provocou um aumento na demanda pelo dólar americano e uma onda de vendas de ativos de risco — o que não é nenhuma surpresa. De acordo com os dados, a economia dos EUA cresceu no segundo trimestre em seu ritmo mais rápido em quase dois anos, depois que o governo revisou sua estimativa anterior dos gastos do consumidor.
De acordo com o relatório divulgado na quinta-feira pela agência que produz estatísticas econômicas oficiais sobre a economia dos - EUA Bureau of Economic Analysis (BEA), o Produto Interno Bruto (PIB) ajustado pela inflação subiu a uma taxa anual de 3,8%, com base nos dados revisados. Esse valor supera a estimativa preliminar de 3,3% e é muito mais forte do que a contração de 0,5% registrada no primeiro trimestre.
O crescimento econômico foi impulsionado principalmente pelo aumento dos gastos dos consumidores, pelo avanço dos investimentos em ativos não residenciais e pelo incremento dos gastos do governo. Apesar das preocupações com a inflação, os consumidores seguem gastando ativamente, sustentando a demanda em diversos setores da economia. O aumento dos investimentos das empresas em novos equipamentos e tecnologias indica otimismo quanto às perspectivas futuras e um esforço para elevar a produtividade. Além disso, o crescimento das exportações de bens e serviços contribuiu para um superávit comercial maior.
O BEA também divulgou sua atualização anual das contas econômicas nacionais, mostrando que o PIB real continuou crescendo a uma média de 2,4% ao ano de 2019 a 2024. As revisões indicam uma economia que se recuperou rapidamente do choque inicial da pandemia e, desde então, entrou em um período de crescimento mais estável e alinhado à tendência, mesmo diante da inflação persistente.
Os dados trimestrais mais recentes confirmam que a economia se recuperou no segundo trimestre, após um forte aumento das importações no início do ano, quando empresas estocaram mercadorias antecipando os aumentos tarifários anunciados pelo presidente Donald Trump. O terceiro trimestre também mostra força, com relatórios recentes destacando a resiliência dos gastos dos consumidores e o investimento contínuo em equipamentos pelas empresas.
Dados separados de agosto, divulgados na quinta-feira, mostraram crescimento sólido nos pedidos de equipamentos e um déficit comercial de bens menor do que o esperado. Além disso, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para seu menor nível desde meados de julho.
Esses indicadores do PIB e do mercado de trabalho provavelmente irão amenizar as preocupações geradas pelo fraco relatório de emprego de agosto. A demanda pelo dólar se fortaleceu, já que esses dados podem influenciar o ritmo dos cortes de juros nas duas reuniões restantes do Federal Reserve neste ano. Economistas permanecem cautelosos, considerando a inflação ainda elevada e aguardando uma trajetória mais moderada para os cortes.
Em relação ao quadro técnico do EUR/USD, os compradores agora precisam focar na reconquista do nível de 1,1710. Só então o teste de 1,1740 poderá entrar no radar. A partir daí, um movimento em direção a 1,1770 é possível, embora alcançar esse nível sem apoio de grandes players seja difícil. O alvo de alta mais distante é a máxima em 1,1820. Em caso de queda, a expectativa é que haja um interesse de compra próximo a 1,1660. Se não houver suporte nesse ponto, o ideal é aguardar um novo teste da mínima em 1,1615 ou considerar posições de compras a partir de 1,1575.
Em relação ao GBP/USD, os compradores de libra precisam romper a resistência mais próxima em 1,3380 para mirar em 1,3420, embora romper esse nível seja desafiador. O alvo de alta mais distante seria 1,3460. Em caso de queda, os ursos devem tentar retomar o controle em torno de 1,3325. Se conseguirem, um rompimento dessa faixa pode enfraquecer significativamente os touros e levar o GBP/USD a 1,3280, com potencial de queda até 1,3240.
