O ouro estabilizou após dois dias de alta, enquanto os traders reavaliam as expectativas para um possível corte na taxa de juros do Federal Reserve no próximo mês. Depois de um avanço de quase 1% nas sessões anteriores, o metal precioso recuou. Taxas mais altas costumam elevar o custo de oportunidade de manter ativos que não geram rendimento, como o ouro.
Com as atas do FOMC divulgadas ontem apontando para uma pausa no ciclo de cortes em andamento, os traders reduziram a probabilidade de que o Fed faça qualquer ajuste adicional até o fim do ano.

A força do dólar americano também influencia a dinâmica do ouro. Um dólar mais robusto tende a pressionar os preços do metal precioso, tornando-o mais caro para compradores que utilizam outras moedas. Como o índice do dólar tem mostrado resiliência nos últimos dias — reflexo da reavaliação das expectativas quanto à política do Fed — a correção no ouro não chega a surpreender.
Os analistas acompanham atentamente os próximos dados econômicos, especialmente os relacionados à inflação e ao mercado de trabalho, que podem oferecer novas pistas sobre a trajetória das taxas de juros do Federal Reserve. No entanto, a ausência da divulgação do relatório de emprego de outubro coloca tanto o Fed quanto os traders em uma posição delicada. Os dados de outubro serão publicados apenas junto com o relatório de novembro, que sairá após a última reunião do FOMC deste ano.
Enquanto isso, a ata da reunião de outubro indicou que muitos dirigentes consideraram apropriado manter as taxas inalteradas até o final de 2025.
Vale destacar que o ouro acumulou uma valorização expressiva ao longo do ano, ultrapassando 50% e alcançando máximas históricas em outubro. Esse movimento foi sustentado pelos dois cortes de juros promovidos pelo Fed, pelo aumento das compras de ouro por bancos centrais e pelos fortes influxos em ETFs lastreados no metal.

Quanto ao panorama técnico atual do ouro, os compradores precisam superar a resistência imediata em US$ 4.124. Caso esse nível seja rompido, o preço poderá avançar para US$ 4.186, região onde a pressão vendedora tende a ser mais intensa. A meta mais distante para os bulls está em torno de US$ 4.249.
No cenário de queda, os vendedores tentarão assumir o controle abaixo de US$ 4.062. Um rompimento consistente dessa faixa representará um golpe significativo para o cenário otimista e poderá empurrar o ouro para US$ 4.008, com potencial de estender o movimento até US$ 3.954.