O dólar americano emergiu como líder em crescimento em relação ao euro, à libra esterlina, ao iene e a outros ativos de risco. De acordo com a ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve, realizada em 28 e 29 de outubro, muitos funcionários do Federal Reserve afirmaram que provavelmente seria apropriado manter as taxas de juros inalteradas até o final de 2025.

"Muitos participantes observaram que, com base em suas perspectivas econômicas, provavelmente seria apropriado manter a faixa-alvo inalterada até o final do ano", afirmam as atas. Essa posição tende a sustentar a moeda americana, tornando o dólar um ativo mais atraente para investidores em busca de estabilidade e previsibilidade em um ambiente global incerto. Considerando que outros grandes bancos centrais — como o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra — têm adotado uma postura mais flexível, o dólar pode manter alguma vantagem no curto prazo.
Ainda assim, os participantes do mercado devem lembrar que esse cenário pode mudar caso a inflação nos EUA volte a acelerar ou se surgirem sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho. Qualquer deterioração mais acentuada nos indicadores econômicos pode levar o Federal Reserve a reconsiderar sua postura atual e avaliar cortes futuros na taxa básica, o que potencialmente pesaria sobre o dólar.
As atas, divulgadas na quarta-feira, mostraram que vários formuladores de políticas se opuseram a um novo corte na taxa básica nesta reunião. No entanto, alguns participantes sugeriram que uma redução adicional poderia ser apropriada em dezembro, desde que a economia evoluísse conforme o previsto.
O documento também destaca a incerteza em torno da probabilidade de um corte já no próximo mês, dada a falta de consenso dentro do comitê sobre qual risco é mais preocupante para a economia — a inflação ou o desemprego.
Vale lembrar que a maioria dos membros com direito a voto concordou em reduzir os juros em 0,25 ponto percentual pela segunda vez consecutiva, embora dois dirigentes tenham discordado. O governador Stephen Miran, indicado recentemente pelo presidente Trump, votou por um corte maior, de 0,50 ponto. Já Jeff Schmid, presidente do Fed de Kansas City, defendeu a manutenção das taxas. Na coletiva de imprensa, o presidente Jerome Powell surpreendeu os investidores ao afirmar que um novo corte em dezembro não estava previamente decidido.
Nas três semanas seguintes, dirigentes mais preocupados com a inflação — e menos inclinados a apoiar outro corte — dominaram as comunicações públicas sobre as opções de política monetária.
Além disso, o governo dos EUA cancelou a divulgação do relatório de emprego de outubro porque parte dos dados não pôde ser coletada durante a paralisação do governo. Hoje, serão divulgados apenas os relatórios referentes ao mercado de trabalho deste ano, enquanto os números de outubro serão publicados apenas após 16 de dezembro, junto com os dados de novembro.
Nesse cenário, as expectativas de um corte em dezembro diminuíram, fortalecendo o dólar.
Situação técnica do EUR/USD: Os compradores precisam recuperar o nível de 1,1525. Somente acima dele será possível mirar um teste em 1,1545. A partir daí, o par pode tentar alcançar 1,1570, embora isso seja difícil sem apoio de grandes players. O alvo mais distante está em 1,1585.
Em caso de queda, espero que a demanda mais relevante apareça apenas na região de 1,1500. Caso não haja defesa nesse ponto, será mais prudente aguardar a renovação da mínima em 1,1470 — ou considerar compras apenas a partir de 1,1430.
Situação técnica do GBP/USD: Os compradores precisam retomar a resistência imediata em 1,3070. Somente acima desse nível será possível mirar 1,3100, região onde um rompimento tende a ser difícil. O alvo mais distante fica em 1,3125.
Se o preço cair, os vendedores tentarão assumir o controle em 1,3030. Um rompimento convincente dessa faixa representará um golpe significativo aos compradores e poderá levar o par a 1,3000, com possibilidade de estender o movimento até 1,2975.