As autoridades monetárias da Europa estão novamente buscando entender como gerir a inflação. Surpreendentemente, o índice anual de preços ao consumidor na zona do euro diminuiu para 1,8% no mês anterior, principalmente devido à queda nos preços dos combustíveis.
No início do outono, a taxa de inflação na zona do euro atingiu 1,8% ao ano, ficando abaixo do objetivo de 2% pela primeira vez desde 2021. Em agosto, o índice havia atingido 2,2%.
Essas mudanças significativas na dinâmica da inflação possibilitam que os agentes do mercado apostem em uma diminuição na taxa de refinanciamento do BCE. As estimativas iniciais indicam que um novo corte de 0,25% pode ocorrer até o final de outubro, seguido por outro corte semelhante no final de 2024. Especialistas sustentam que essas previsões são principalmente fundamentadas na redução acentuada dos preços dos combustíveis e da energia.
No passado, a presidente do BCE, Christine Lagarde, ratificou as expectativas do mercado, afirmando que a entidade reguladora levaria em consideração o aumento do otimismo em relação aos preços ao consumidor na zona do euro ao decidir sobre as taxas de juros.
Com base nessas premissas, especialistas estimam uma probabilidade de 90% de uma redução iminente nas taxas na próxima reunião de política do BCE. Na última semana, especialistas e agentes do mercado debateram uma flexibilização mais acelerada da política monetária, especialmente após estudos da S&P Global indicarem uma retração na economia da zona do euro, uma demanda lenta e uma pressão de preços em queda. Essas mudanças foram percebidas em várias das principais economias da zona do euro, com destaque para a Alemanha, que atualmente gera maior apreensão entre os analistas devido ao risco de enfrentar uma recessão.