O governador do Banco da Reserva da Índia (RBI), Shaktikanta Das, alertou sobre os riscos que as stablecoins representam para a estabilidade econômica do país. Em seu discurso no Seminário Bancário Internacional do G30 em Washington, Das definiu stablecoins como moedas digitais lastreadas em ativos reais, como dólares ou ouro, e emitidas por entidades privadas.
Segundo ele, a descentralização e a falta de regulamentação dessas moedas digitais as tornam altamente voláteis e suscetíveis a atividades ilícitas, como a lavagem de dinheiro, o que ameaça a estabilidade da economia indiana.
Das enfatizou que a alternativa mais segura para os cidadãos seria a rúpia digital, respaldada pelo governo indiano, que garante transações mais seguras e eficientes. Ele destacou o contraste entre a rúpia digital e as stablecoins privadas, ainda envoltas em incerteza regulatória.
O governador mencionou que os projetos-piloto para a stablecoin apoiada pelo governo na Índia receberam feedback positivo. Revelou também o plano do banco central de integrar sua moeda digital ao sistema de pagamentos unificado da Índia, que atualmente processa cerca de 500 milhões de transações diárias.
Em dezembro de 2022, a Índia lançou um programa piloto para a rúpia digital. Dezesseis bancos participaram dessa iniciativa, explorando casos de uso para o token, incluindo pagamentos off-line. A expectativa é que o regulador implemente gradualmente a rúpia digital, garantindo testes completos de sua funcionalidade e segurança antes de um lançamento em larga escala.
Os comentários de Das foram feitos em meio a relatos de que a Índia poderia proibir o uso de criptomoedas privadas, incluindo stablecoins. Anteriormente, ele descreveu essas moedas virtuais como instrumentos especulativos perigosos, citando sua alta volatilidade.
