Os preços do petróleo mantêm uma trajetória de alta constante, mesmo em meio à volatilidade do mercado. Contudo, o "ouro negro" perdeu parte de seu ímpeto após registrar o maior salto diário em mais de cinco semanas. Esse desempenho é parcialmente sustentado pela desvalorização do dólar americano, que torna o petróleo mais acessível para compradores internacionais.
Na última semana, o petróleo Brent, referência global de preços, foi negociado próximo de US$ 73 por barril, com alta de 3,2% na segunda-feira, 18 de novembro. O petróleo leve West Texas Intermediate (WTI), referência para o mercado americano, ultrapassou os US$ 69 por barril. Ambos os contratos registraram ganhos marginais de 0,2%, impulsionados por uma breve desvalorização do dólar.
A commodity recebeu suporte adicional com a interrupção na produção do campo Johan Sverdrup, o maior da Europa Ocidentale operado pela Equinor, enfrentou uma interrupção causada por queda de energia, que afetou a produção. Embora os reparos estejam em andamento, ainda não há prazo definido para a retomada total.
De forma similar, o campo Tengiz, o maior do Cazaquistão, reduziu sua produção em 28% a 30% devido a manutenções realizadas pela Chevron. Apesar de os reparos estarem programados para ser concluídos até sábado, 23 de novembro, essas interrupções vêm reduzindo a oferta global, proporcionando suporte temporário aos preços.
Apesar desses fatores de curto prazo, o mercado de petróleo enfrenta um panorama desafiador em 2024. A Agência Internacional de Energia (AIE) projeta um excedente de 1 milhão de barris por dia até 2025, em grande parte devido à demanda estagnada na China e à possibilidade de retomada de produção pela OPEP e seus aliados.
Zhou Mi, analista do Chaos Research Institute, alerta que os aumentos planejados pela OPEP+ podem intensificar ainda mais o excesso de oferta global. Isso, aliado à recuperação lenta da demanda chinesa, exerce pressão negativa sobre os preços.