A febre do Trump está de volta!O espectro de tarifas amplas volta a assombrar os mercados globais, enquanto o recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinaliza o retorno à política “America First”. Economistas estão preocupados com o impacto potencial de tarifas de até 40% sobre importações chinesas, uma medida que poderia reduzir em 1% o crescimento econômico da segunda maior economia do mundo. Estaríamos à beira de uma nova era de confrontos comerciais?
Uma pesquisa realizada pela Reuters com mais de 50 economistas aponta uma probabilidade entre 15% e 60% para a implementação dessas tarifas. Embora as políticas de Trump tragam incertezas, elas também destacam a fragilidade crescente da economia chinesa. Problemas como a crise no mercado imobiliário, o alto endividamento e a demanda interna enfraquecida criam um terreno fértil para dificuldades adicionais.
As tarifas propostas seriam muito mais altas que as de 7,5% a 25% introduzidas por Trump em seu primeiro mandato, tornando a economia chinesa ainda mais vulnerável. Os analistas alertam que a atual crise imobiliária na China, o endividamento elevado e a demanda doméstica enfraquecida podem agravar a situação.
As consequências ultrapassam as fronteiras dos EUA e da China. Embora muitos dos economistas entrevistados pela Reuters não esperem tarifas tão altas quanto 60%, um aumento nas tarifas poderia desorganizar cadeias de suprimento globais, prejudicar relações comerciais com parceiros estratégicos e intensificar a inflação nos Estados Unidos. Apesar disso, analistas sugerem que tarifas médias de 32% a 37% são mais prováveis do que os temidos 40%, mas mesmo essas medidas representariam um golpe considerável para o comércio global.
No próximo ano, os formuladores de políticas chineses enfrentarão desafios significativos, mesmo com novas medidas para estimular o crescimento. Os analistas preveem quedas nas exportações e um maior esforço para incentivar a demanda interna, que foi um dos principais motores do crescimento econômico em 2024. As tarifas dos EUA podem reduzir o crescimento econômico da China em 0,5% a 1,0% no próximo ano.
Apesar da incerteza em torno das tarifas, os economistas mantiveram suas projeções de crescimento médio para a China: 4,8% em 2024 e 4,5% em 2025. Para 2026, uma desaceleração para 4,2% é esperada. Esses números refletem esforços significativos do governo chinês para estimular a demanda interna e mitigar perdas nas exportações. Contudo, os analistas alertam que esses prognósticos podem ser revistos caso o conflito comercial se intensifique.